JÚNIA MARISE QUER SENADO COMO FÓRUM DE DEBATE SOBRE ENDIVIDAMENTO DOS ESTADOS



A situação econômica do país mudou bastante em relação ao ano passado, quando foram fechados os acordos de rolagem das dívidas estaduais com a União, o que por si só justifica, conforme defendeu nesta sexta-feira (dia 8) a senadora Júnia Marise (PDT-MG), a retomada das discussões sobre o problema. Para tanto, o Senado Federal, mais particularmente a Comissão de Assuntos Econômicos (CAE), deve ser o fórum privilegiado em que governadores e secretários estaduais de Fazenda e Planejamento possam promover um amplo entendimento sobre quais podem ser os novos parâmetros de pagamento das suas respectivas dívidas com a União, afirmou. A senadora criticou as tentativas de isolar política e partidariamente o governador de Minas Gerais, Itamar Franco, pela decisão de decretar moratória de 90 dias do pagamento da dívida mineira. Tal posicionamento, segundo Júnia Marise, não reflete "o sentimento de Minas Gerais", estado que responde pelo segundo lugar na geração do Produto Interno Bruto (PIB) nacional, mas que também quer deixar de ser o segundo colocado no mapa da fome brasileiro.- É preciso ouvir o que os governadores têm a dizer - insistiu.Para demonstrar seu argumento de que os acordos com a União foram feitos conforme parâmetros que se modificaram ao longo do último ano, a senadora informou que, no ano passado, a região metropolitana de Belo Horizonte tinha 100 mil desempregados. Hoje, comparou, eles somam 380 mil. No Mato Grosso do Sul, acrescentou, o governador Zeca do PT anunciou que pagará à União a primeira parcela devida, mas que não sabe se terá condições de manter o pagamento, tal a deterioração das finanças públicas estaduais.Na opinião de Júnia Marise, as dívidas estaduais não podem ser pagas "com a fome, o fechamento de hospitais e o aumento do desemprego".

08/01/1999

Agência Senado


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