Laboratório britânico investirá até R$ 3 milhões em pesquisas de doenças brasileiras



O laboratório britânico GlaxoSmithKline (GSK) investirá até R$ 3 milhões em pesquisas no Brasil desenvolvidas em cooperação com pesquisadores científicos. A iniciativa, que faz parte do novo acordo do projeto global Trust in Science, tem a participação conjunta do Conselho Nacional de Ciência e Tecnologia, ligado ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), e da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp).

A iniciativa visa a contribuir para que pesquisadores, apoiados por ambas às instituições, possam desenvolver pesquisas que resultem em novas drogas e vacinas para o controle de doenças consideradas prioritárias pelo governo brasileiro.

O Brasil é um dos primeiros países do mundo a se beneficiar do projeto por seu comprovado potencial científico. O presidente do CNPq, Glaucius Oliva, representantes da empresa farmacêutica GSK, e da Fapesp se reúnem nesta sexta-feira (21), em São Paulo, para assinatura dos acordos de cooperação científica. Também participam da cerimônia o ministro Adjunto da Saúde britânico, Simon Burns, e Sérgio Swain Muller, coordenador de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos da Secretaria da Saúde de São Paulo.


Intercâmbio

O projeto prevê a participação conjunta em pesquisas futuras, além de bolsas de estudo destinadas à formação de pesquisadores. Os projetos desenvolvidos em cooperação incluem a possibilidade de intercâmbio de pesquisadores das instituições de pesquisa brasileiras e da GSK. O objetivo do laboratório é estabelecer uma cooperação duradoura na área de saúde com instituições locais, tendo como foco grupos de doenças infecciosas, metabólicas, respiratórias.

O presidente da GSK no Brasil, Cesar Rengifo, destaca a importância da iniciativa para o País dizendo que “esta é uma forma de a GSK reconhecer e contribuir para o desenvolvimento do extraordinário potencial científico do Brasil. O projeto visa a estimular avanços científicos e tecnológicos voltados especificamente às necessidades do País, considerando as características e prioridades estabelecidas locais, contemplando, inclusive, doenças consideradas negligenciadas”.

Já Glaucius Oliva disse que “o CNPq tem interesse em promover a realização conjunta de objetivos entre as instituições de pesquisa e a iniciativa privada, o que contribui para o desenvolvimento do País”. Segundo ele, a área farmacêutica merece especial atenção devido ao grande volume de importações do Brasil. “Devemos fortalecer a nossa capacidade científica e tecnológica neste campo”, ressalta Oliva.

Carlos Henrique de Brito Cruz, diretor científico da Fapesp, afirma que a colaboração com a GSK tem potencial para incremento de projetos inovadores sobre prevenção e tratamento de doenças relevantes para a saúde pública no País. “A Fapesp investe na intensificação de colaborações entre pesquisadores de universidades e de empresas buscando benefícios para a pesquisa no estado de São Paulo, especialmente porque os desafios propostos estimulam uma contribuição significativa ao avanço do conhecimento, à inovação e à formação de recursos humanos”, diz.

Os acordos firmados preveem investimentos compartilhados, ou seja, para cada valor aplicado pelas instituições de fomento, a GSK investirá o mesmo até o teto de R$ 3 milhões. Os futuros acordos de cooperação deverão prever apoio aos projetos selecionados a partir de 2012.


Trust in Science no Brasil

O primeiro acordo firmado dentro da iniciativa do projeto Trust in Science foi em 2010 com a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). A GSK e a instituição firmaram uma parceria única de cooperação para pesquisa e desenvolvimento de medicamentos para o tratamento de doenças tropicais negligenciadas, enfermidades que apresentam maior incidência em países em desenvolvimento, como o Brasil.

Esta parceria prevê que cientistas da Fiocruz e do Centro de Pesquisa da GSK, Tres Cantos, em Madri, na Espanha – dedicado a doenças que são prioridade global e a doenças tropicais negligenciadas – compartilhem novas pesquisas e conhecimentos sobre doenças como malária, tuberculose, doença de Chagas e leishmaniose. A iniciativa, baseada no conceito “inovação aberta”, objetiva estimular amplas parcerias colaborativas, proporcionando acesso a toda infraestrutura, processos e experiências existentes em Tres Cantos, além de permitir o acesso aos dados e a todo o conhecimento da GSK sobre doenças tropicais negligenciadas.

Este ano, a GSK acertou outra parceria com o Instituto Nacional do Câncer (Inca) para a realização de cursos, pesquisas e, potencialmente, para o incremento de novos tratamentos e medicamentos na área de oncologia. A intenção é que, futuramente, o Inca possa não só fazer mais pesquisas clínicas em parceria com a GSK, como também desenvolver novas moléculas em colaboração, tornando-se uma referência em pesquisa e desenvolvimento tecnológico. O acordo prevê que médicos e pesquisadores das duas instituições compartilhem conhecimentos na área de oncologia, contribuindo para a formação de profissionais brasileiros dentro do próprio País.


Fonte:
CNPq



21/10/2011 12:40


Artigos Relacionados


CNPq lança edital de bolsas de doutorado em parceria com laboratório britânico

Novo laboratório auxilia assistência às doenças pediátricas complexas

Inpe inaugura laboratório de pesquisas ambientais

Laboratório em SJC realizará pesquisas de estruturas leves

Instituto de Pesquisas Tecnológicas constrói laboratório em São José dos Campos

Unesp inaugura laboratório para pesquisas em energia limpa