Lara denuncia os problemas da Metade Sul



No Grande Expediente de hoje, o deputado Luis Augusto Lara (PTB) denunciou o problema que os produtores da Metade Sul do Estado estão enfrentando em relação aos dois principais produtos que formam o pilar da região: carne e arroz. Segundo o parlamentar, os agricultores pagam a maior alíquota de imposto sobre o arroz do Brasil. E o Mercosul é um dos grandes responsáveis por isso, já que o Governo Federal dá prioridade para a importação do arroz argentino e uruguaio em detrimento do gaúcho. Para o deputado, isso tem acontecido porque estes países - especialmente o Uruguai - usam o arroz que não é produzido em suas terras para trocar por outros produtos do centro do Brasil. Em função disso, os agricultores da Metade Sul não tem obtido lucro sobre a saca, pois vendem por R$ 11 um produto que normalmente venderiam por R$ 14. Segundo Lara, só os supermercados tem lucrado com o produto no Estado. O que muitas vezes não representa uma vantagem, porque muitos destes estabelecimentos são de empresas estrangeiras. Luis Augusto Lara em seu discurso ressaltou, também, o problema que os criadores de gado da região enfrentam. Segundo ele, a carne gaúcha sofre uma concorrência desleal da Argentina, pois neste país é comum o uso de anabolizantes nos animais. Assim, a produção pecuária do Rio Grande do Sul, "que é ecológica e natural, fica em desvantagem", explica. Além disso, o parlamentar ressaltou que, por muitos anos, o produto gaúcho foi vetado pelos países do Prata, com o pretexto do risco de febre aftosa. E que, infelizmente, quando o RS tinha sido declarado zona livre deste vírus, o Governo Estadual esqueceu de vacinar o seu gado, trazendo esta doença de volta ao Estado, o que ocasionou o abate de 11.700 cabeças de animais, no município de Jóia. Lara lembrou que somente a Metade Norte foi atingida até agora. Caso tivesse ocorrido na região sul, onde se concentra 80% da produção pecuária do Estado, o prejuízo teria sido muito maior. O deputado criticou a forma que o Governo Olívio tem lidado com a questão. Para ele, não existe fiscalização no tratamento sanitário dos animais e preocupação com as áreas fronteiriças. Isso fragiliza as duas mais importantes economias da região, pois as indústrias exportadoras estão saindo do Estado, o que comprova que a prioridade do Governo Estadual não é a agricultura. Conforme o parlamentar, existe um grande problema na política de reforma agrária. Como exemplo, citou a situação dos assentados do município de Herval, onde existem 24 mil pessoas nesta condição, que deveriam receber através do programa Saúde Solidária, R$ 2,21. No entanto, nem esta quantia receberam, o que mostra, conforme Lara, "a forma como os agricultores tem sido jogados na terra sem a menor condição de vida". Após isso, com a contribuição do deputado Adilson Troca(PSDB), Luis Augusto Lara ficou sabendo que, haveria uma diminuição de 52% na verba que seria destinado àqueles assentados no próximo ano. O parlamentar criticou, também, a quebra das promessas de campanha feitas pelo Governador Olívio Dutra. E citou a deputada Luciana Genro e o ex-secretário da administração, Jorge Buchabqui que, apesar de serem do partido governista, criticaram o arrocho salarial praticado contra o funcionalismo no Estado. Para salientar o que tinha dito, Lara citou um provérbio árabe, “das palavras que falamos somos escravos e senhores das que não dissemos”. Encerrou seu pronunciou conclamando os outros deputados, que representam a Metade Sul que, igualmente, "façam alguma coisa pela região".

11/01/2000


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