LAURO CAMPOS: INJUSTIÇAS AUMENTAM ÍNDICES DE VIOLÊNCIA NO PAÍS



Ao antecipar da tribuna do Senado, o voto contrário que pretende dar na próxima terça-feira (dia 25) ao projeto que estabelece a proibição da venda de armas de fogo, o senador Lauro Campos (PT-DF) disse que os debates sobre o assunto têm sido muito pragmáticos e não atacam as verdadeiras causas da violência. Lauro Campos propôs que ao invés de aprovar uma lei "bem intencionada", o Congresso deveria abordar outros aspectos que envolvem a violência e a sua proliferação na sociedade brasileira, como "as péssimas condições de vida da população".O senador reportou-se ao ponto de vista de importantes pensadores e estudiosos do comportamento humano, como Freud, Malthus. Para ele, ao contrário do que afirmam as conclusões do primeiro, que considera a violência um traço próprio à condição humana, a agressividade e a violência resultam da disputa pela propriedade e da luta pela comida e são agravadas pelo individualismo e a competição capitalistas.Neste sentido, o senador lembrou que a realidade brasileira é um exemplo de como a violência entre as pessoas tende a crescer na proporção em que as condições de vida da população pioram. Um exemplo disso, entende Lauro Campos, são os 5.705 assassinatos que foram registrados ano passado em São Paulo. "Isso corresponde a 4 vezes o número de vítimas em Kosovo", afirmou. Para o senador, o Brasil vive uma espécie de guerra civil em sua luta cotidiana pela sobrevivência- Ela (a guerra civil) está nos morros, nos semáforos e na atitude da burguesia que, tentando ignorar o estrago social causado pela atual política econômica, escapa de helicóptero e se refugia em mansões cercadas e protegidas por muros, guardas e cães - disse.Lauro Campos também responsabilizou o golpe militar de 1964 pela desestruturação política do país, "o que acabou por jogar os menos favorecidos para a marginalidade, onde a disputa pelas oportunidades atingiram níveis intoleráveis".

21/01/2000

Agência Senado


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