LAURO CAMPOS ANALISA AUMENTO DA VIOLÊNCIA EM BRASÍLIA



Ampla análise da situação política e social do Distrito Federal foi feita nesta segunda-feira pelo senador Lauro Campos (PT-DF). Depois de retrospectiva de sua atuação política e eleitoral nos últimos anos, Lauro culpou o governador Joaquim Roriz pelo aumento da violência, fruto do crescimento acelerado e desordenado de Brasília e das cidades satélites. O senador cobrou de Roriz o esclarecimento do assassinato de um operário da Novacap, durante manifestação na sede da empresa, em Brasília, no dia 2 de dezembro do ano passado.Lauro Campos também fez críticas ao ex-governador Cristóvam Buarque por causa da venda de empresas estatais, explicando assim por que não participou da campanha do candidato do PT ao governo do DF na eleição de 1998, ao contrário do que fizera em 1994, quando se elegeu senador. - Se quiserem me expulsar do partido, podem expulsar, mas votei em Orlando Carielo (candidato do PSTU) - confessou o senador.Lauro Campos ligou a violência em Brasília e em outras cidades brasileiras à subserviência dos governadores à política econômica do governo federal. Este, por sua vez, mostra-se igualmente subserviente ao capital internacional, afirmou. O senador disse que jamais poderia ser governador tendo que se dobrar diante dessa política.- O Brasil está se abrindo à penetração do capitalismo internacional - alertou.Mas o senador elencou outros fatores determinantes na sua recusa a exercer um cargo executivo. Um deles é a "falta de vocação para o poder e de gosto por mandar". Lauro Campos disse que se contenta mais com o respeito dedicado aos semelhantes e os "orgasmos intelectuais" de que desfrutou quando era professor universitário.A questão central para o senador é a da coerência, segundo ele próprio uma herança das idéias de Sócrates, o filósofo grego, que, mesmo tendo chance, não fugiu da sentença de morte por respeito à lei. Em razão dessa mesma coerência, é que o senador diz não ter sofrido nas vezes em que perdeu eleições.- Gosto mais das minhas derrotas do que das minhas vitórias - afirmou Lauro, que foi elogiado justamente por sua coerência em aparte do senador José Roberto Arruda (PSDB-DF). Apesar do rigor com que costuma analisar as questões econômicas e os personagens da vida pública e acadêmica, Lauro Campos viu-se surpreendido, conforme ele próprio relatou em seu discurso, ao observar muitas "afinidades intelectuais" entre ele e o deputado Delfim Neto (PPB-SP). Segundo Lauro Campos, Delfim "conhece e respeita Marx".- O Delfim fez um "streap-tease" intelectual na minha frente durante debate na TV Senado - disse o senador.

27/03/2000

Agência Senado


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