Líder do PSDB confirma acordo para a direção da CPI, mas líder do PT reitera que partido quer a presidência
O líder do PSDB no Senado, Arthur Virgílio (AM), afirmou que o líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), confirmou nesta sexta-feira (29) que o acordo para a direção da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito dos Cartões Corporativos está mantido e que, portanto, a presidência da CPI caberá à senadora Marisa Serrano (PSDB-MS), indicada pelo PSDB. Mas o líder do PT na Câmara, deputado Maurício Rands (PE), também nesta sexta-feira, disse que a bancada do PT quer agora a presidência da comissão.
A intenção do PT contraria um acordo firmado no meio da semana garantindo ao PSDB a presidência do colegiado, vaga que antes era reservada ao PMDB. Pelo mesmo acordo, cabe ao PT a relatoria.
Lengalenga
Arthur Virgílio garantiu que o PSDB e o DEM não abrem mão da presidência da comissão. Disse que, se na próxima semana continuar "essa lengalenga", a oposição vai pedir a instalação da CPI apenas no Senado.
- Não abrimos mão da presidência porque essa exigência do PT é brincadeira. O PSDB é um partido sério, maduro, não vai participar de playground. Não vamos colaborar com o diversionismo, que só deseja que o próximo escândalo esconda o anterior. Agora pedem a presidência, depois vão querer a vice-presidência, depois vão brigar pelas cadeiras de primeira fila, depois pelas da última. Isso porque não querem apurar, não querem que saiam dragão, dinossauro, cobras e lagartos do baú dos cartões corporativos - disse o senador.
Para Arthur Virgílio, acordos devem ser cumpridos mesmo "quando [isso] dói" e desafiou o PT a divulgar os gastos com compras de cartões corporativos de assessores dos presidentes Fernando Henrique Cardoso e Luiz Inácio Lula da Silva. De acordo com o líder do PSDB, o governo tem acesso a todas essas informações.
O PSDB e o DEM já indicaram os parlamentares que participarão da CPI Mista. Representando o DEM, como titulares, integrarão a comissão os senadores Demóstenes Torres (GO) e Antonio Carlos Júnior (BA). Serão suplentes os senadores Efraim Morais (PB) e José Agripino (RN). Pelo PSDB, comporão a CPI Mista os senadores Marisa Serrano (MS) e Marconi Perillo (GO) e, como suplentes, Alvaro Dias (PR) e Flexa Ribeiro (PA).
Comando
Maurício Rands afirmou que discutirá a questão da direção da CPI Mista na terça-feira (4) com o líder do governo no Senado, com o ministro das Relações Institucionais, José Múcio, e com o líder do governo na Câmara, deputado Henrique Fontana (PT-RS), para tentar chegar a uma solução final, instalar a comissão e dar início aos trabalhos da CPI Mista já na próxima semana.
- A bancada do PT está ponderando com os aliados que, quando há compartilhamento de comando em uma CPI, a melhor configuração é a presidência ficar com um parlamentar aliado. Assim, garantiremos que não haverá a instrumentalização política da comissão e que as investigações não serão desvirtuadas em um palanque político - afirmou Rands.
O deputado contou que a bancada quer prazo até a próxima semana para convencer os aliados do que considera o melhor formato institucional para a direção da CPI Mista. No entanto, ele diz que é preciso começar os trabalhos da comissão, que na sua avaliação "já está virando uma novela". Rands reforçou que "o PT quer investigar e nada teme".
Para o deputado, as constantes ameaças da oposição de instalar uma comissão parlamentar de inquérito (CPI) apenas no Senado e de obstruir votações mostram que o PT está certo em se preocupar com quem ocupará o comando da CPI Mista. Na opinião de Rands, essas atitudes da oposição paralisam uma "agenda positiva" do Congresso Nacional.
- É hora de a oposição parar com as marolas e votar matérias que interessam ao Brasil, como a reforma tributária e o Orçamento da União. O entendimento tem que ser buscado e não dá para buscar entendimento com chantagens de obstrução. A oposição precisa esclarecer por que pensa tanto em obstruir em vez de votar matérias que podem melhorar a vida do povo brasileiro - disse o deputado.
29/02/2008
Agência Senado
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