LÍDERES EMPRESARIAIS LEVAM APELO A ACM POR MUDANÇAS NO AJUSTE FISCAL



Comitiva de líderes empresariais de São Paulo entregou hoje (4) ao presidente do Senado, Antonio Carlos Magalhães, documento com críticas às medidas do governo para o ajuste fiscal e com um apelo em favor da revisão de propostas como o aumento da CPMF e da Cofins. Os empresários argumentam que "aumentar impostos significa aprofundar a recessão sem garantia de resultado positivo nas contas públicas".Assinado pelos presidentes da Bolsa de Valores de São Paulo, Bolsa de Mercadorias e Futuros, Federação da Agricultura de São Paulo, Federação das Indústrias, Federação das Associações Comerciais do estado e Federação do Comércio e Sociedade Rural Brasileira, o documento entregue ao senador enfatiza que as entidades "confiam em que o Congresso Nacional saberá representar os anseios da sociedade em favor de reformas modernizadoras, que permitam a retomada do crescimento sustentado da economia brasileira e de medidas de ajuste das contas públicas que não conduzam a um aumento das dificuldades enfrentadas pelas empresas e cidadãos, em decorrência do processo recessivo em curso".Os empresários apontam os juros elevados e a tributação excessiva como responsáveis pela crise econômica que o país vive. Eles lembram que a economia precisa crescer para gerar os empregos necessários ao atendimento de " larga faixa da população que procura um lugar no mercado de trabalho".De acordo com Abram Szajman, presidente da Federação do Comércio, o governo cometeria um erro grave ao tentar resolver o problema fiscal via taxação da produção, ao invés de taxar o consumo. Os empresários apontam os aumentos propostos para a Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF) e a Contribuição para a Seguridade Social (Cofins) como exemplos desse "equívoco". Segundo Alfredo Rizkallah, presidente da Bolsa de Valores paulista, a elevação do imposto do cheque "poderá inviabilizar nosso mercado acionário". Os empresários apresentaram uma sugestão para que o governo obtenha por outros meios a receita prevista com o aumento da CPMF de 0,20 para 0,38%: uma taxa emergencial de R$ 0,30 sobre a venda de cada litro de gasolina.As entidades que levaram o apelo ao presidente do Senado destacaram que "o equilíbrio fiscal tem de ser obtido pelo corte de gastos e eliminação de privilégios, com o setor público agindo como fazem as empresas e as famílias quando se deparam com insuficiência de recursos - reduzem despesas". No documento entregue a Antonio Carlos, os empresários lembram que "o crescimento da arrecadação fiscal nos quatro anos do Plano Real, ao qual se somaram vultosos recursos do programa de privatização, deveria ter produzido um superávit nas contas e redução da dívida pública, ao invés do elevado déficit e do aumento expressivo do endividamento".

04/11/1998

Agência Senado


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