Lindberg critica alta do preço do combustível



O senador Lindberg Cury (PFL-DF) criticou nesta quinta-feira (11), em Plenário, a política de fixação, pela Petrobras, do preço dos combustíveis, atrelada à variação do preço do petróleo no mercado internacional. Na opinião do senador, a economia do país não pode ficar à mercê das crises externas do setor, que acabam afetando a toda a sociedade brasileira.

Segundo Lindberg, os três reajustes no preço da gasolina no último mês totalizaram 23,08%. O impacto do preço do petróleo sobre a inflação, continuou, pode fazer com que o governo não consiga atingir as metas de inflação estabelecidas para este ano. Dados apresentados por Lindberg indicam que o aumento dos combustíveis foi responsável por um quarto da inflação de março, que foi o dobro da registrada em fevereiro, e deve ter influência similar sobre o índice de abril.

- Apesar de a Petrobras produzir 84% do petróleo consumido no país, cobra dos consumidores como se todo o petróleo fosse importado. Está certo que a empresa precisa gerar lucros, mas não com esse preço, cobrando dos consumidores. Essa política demonstra como o monopólio do mercado é nocivo. Precisamos encontrar uma solução para esse problema e repensar a utilização de fontes de energia alternativa como o gás natural e o álcool - sugeriu.

Lindberg esclareceu que não pede a reativação do Proálcool, um programa, segundo ele, cheio de vícios. Mas indicou a necessidade de criação de uma proposta séria e correta que possa levar o país à auto-suficiência energética.

O senador destacou que a utilização do gás natural pode ser uma alternativa viável. Atualmente, o gás natural é responsável por apenas 3% da energia gerada no país, apesar de ser uma fonte de energia mais limpa que a utilização dos óleos combustíveis em processos industriais. A ampliação da utilização do gasoduto Brasil-Bolívia, que, de acordo com o senador, está ocioso, pode igualmente reduzir a dependência na geração de energia hidráulica, que passou por uma séria crise no ano passado. O gás natural também pode ser, na opinião de Lindberg, uma opção para o desenvolvimento da região Centro-Oeste.



11/04/2002

Agência Senado


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