Senadores querem saber por que preço do combustível não acompanha queda do petróleo



Por que o preço da gasolina vendida aos consumidores, nos postos, não cai, se o preço do barril de Petróleo, no mercado internacional, teve decréscimo de cerca de dois terços no último ano? Essa foi a pergunta mais ouvida pelo presidente da Petrobras, Sérgio Gabrielli, em audiência pública conjunta das Comissões de Assuntos Econômicos (CAE) e de Serviços de Infraestrutura (CI), nesta terça-feira (24).

Gabrielle foi convidado a expor aos parlamentares o planejamento estratégico e o plano de negócios da estatal para o período 2009-2013. A pauta incluía também esclarecimentos sobre a liberação, pelo Tesouro Nacional, de R$ 100 bilhões para a ampliação da capacidade de empréstimos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), bem como sobre a destinação de R$ 20 bilhões para a Petrobras.

Esses assuntos fizeram parte da exposição do presidente da Petrobras, mas o tema principal foi o alto preço da gasolina e do óleo diesel.

- É difícil para o brasileiro entender o porquê dessa conta, se o preço hoje pago, pelo barril, é cerca de 46% menor, em reais, do preço médio do barril em 2007 - ponderou o senador Osmar Dias (PDT-PR), ao questionar Gabrielli.

Valdir Raupp (PMDB-RO) ressaltou que o alto preço do óleo diesel está afetando o agronegócio no país, setor que utiliza esse derivado do petróleo na sua produção. Jefferson Praia (PDT-AM) lembrou que os impostos embutidos também têm peso considerável na formatação do preço final da gasolina no Brasil.

Flexa Ribeiro (PSDB-PA) lembrou que requerimento de sua autoria solicita a realização de uma audiência pública para esclarecer à sociedade como é composto o preço do combustível.

- Por que quando o dólar sobe, o preço sobe, mas quando o dólar baixa, o preço não baixa? Precisamos abrir essa caixa preta da composição do preço do combustível no nosso país - exigiu o senador.

Eduardo Suplicy (PT-SP) e Lobão Filho (PMDB-MA) usaram da palavra para esclarecer que apesar de os preços dos combustíveis não terem sido reduzidos com a queda do preço do barril de petróleo no mercado internacional, a Petrobras também não aumentou o preço do combustível aos consumidores na mesma proporção do aumento do petróleo no mercado internacional.

Nesses últimos seis anos, segundo Gabrielli, o preço do combustível doméstico aumentou menos que o preço do petróleo no mercado internacional. Ele explicou que o custo da Petrobras tem aumentado em nível superior ao da receita da estatal.

- É nossa política não repassar no dia-a-dia os preços que variam. Não podemos fazer isso. Seria uma desestruturação completa do mercado brasileiro - explicou o presidente da Petrobras.

Ao responder a questionamentos dos senadores sobre a fórmula adotada pela Petrobras para a composição do preço dos combustíveis, Gabrielli explicou que há algumas variáveis, como o preço atual do petróleo no mercado internacional, a projeção do preço futuro para os próximos três a seis meses, a variação da taxa de câmbio e o custo dos combustíveis alternativos, entre outros componentes.

- Não temos uma fórmula fixa. Temos um contrato e indicadores externos que nos orientam - esclareceu o convidado.

Vários senadores aproveitaram a audiência pública para perguntar sobre investimentos específicos para seus estados. Rosalba Ciarlini (DEM-RN), Roberto Cavalcanti (PRB-PB) e Marcelo Crivella (PRB-RJ) estavam entre eles.



24/03/2009

Agência Senado


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