Linhas aéreas deverão ser redistribuídas a partir de julho



A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Apagão Aéreo realizou nesta quarta-feira (27) reunião reservada para discutir se houve autorização para funcionamento de linhas aéreas acima da capacidade de gerenciamento dos aeroportos. O relator da CPI, senador Demóstenes Torres (DEM-GO), afirmou que até o fim de julho devem ser realizadas revisões e redistribuições de horários de vôos, especialmente nos aeroportos de São Paulo e Brasília, os mais congestionados.

- Há várias empresas com vôos nos mesmos horários, assim não há controladores nem pistas suficientes. Há uma limitação até de tempo - afirmou Demóstenes.

Na reunião, foi discutido ainda um documento secreto da Aeronáutica sobre a situação do controle aéreo nacional. Demóstenes afirmou que o documento traça um cenário "ruim" e que é necessário principalmente haver investimentos na manutenção e na atualização tecnológica do sistema.

- Há equipamentos obsoletos, que funcionam bem, mas sem recursos começam a dar problema de manutenção- disse o relator da comissão.

O senador defendeu ainda a necessidade de o Ministério da Defesa "assumir seu papel" e montar uma política aeronáutica para o país, de forma que os brasileiros possam voar com tranqüilidade e segurança.

- Hoje faltam recursos, falta infra-estrutura, falta coordenação - afirmou.

Demóstenes propôs também que a Organização de Aviação Civil Internacional (Oaci) realize uma auditoria independente sobre a segurança de vôo no Brasil. Na opinião do senador, isso é imprescindível para que o país recupere sua credibilidade internacional e os brasileiros tenham tranqüilidade para voar.

Um dos participantes da reunião secreta, o presidente da Empresa Brasileira de Infra-Estrutura Aeroportuária (Infraero), tenente-brigadeiro-do-ar José Carlos Pereira, falou com a imprensa ao fim do encontro. O brigadeiro defendeu também a necessidade de mais investimentos no controle aéreo nacional, especialmente em recursos humanos, tanto no sentido de mais qualificação dos funcionários quanto no de aumento do número de pessoas trabalhando no setor.

Pereira também afirmou que não há excesso de linhas aéreas no Brasil, e que apenas é preciso melhorar a distribuição das linhas existentes. O brigadeiro informou que somente a partir de outubro de 2005 o Brasil passou a ter um gerenciamento nacional das linhas aéreas e que desde então isso vem facilitando a organização da distribuição das linhas.

Além de Pereira, foram ouvidos na reunião secreta o presidente da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), Milton Zuanazzi; o diretor do Departamento de Controle do Espaço Aéreo (Decea), major-brigadeiro-do-ar, Ramon Borges Cardoso; e o representante do Ministério da Defesa, major-brigadeiro-do-ar Jorge Godinho Barreto Neves.



27/06/2007

Agência Senado


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