Literatura: Imprensa Oficial e Sociarte lançam livro sobre família com oito gerações de artistas
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Lançamento será nesta sexta-feira, dia 15, às 20h30, no Museu da Casa Brasileira, em São Paulo A Imprensa Oficial do Estado de São Paulo em parceria com a Sociedade dos Amigos da Arte de São Paulo (Sociarte) lançam nesta sexta-feira, dia 15, às 20h30, o livro 'Os Artistas Dutra', de Augusto Carlos F. Velloso. O livro conta a a trajetória de uma família de oito gerações, que possue cerca de 30 artistas, iniciada no interior paulista no fim do século XVIII. O lançamento será realizado no Museu da Casa Brasileira. O lançamento marcará também a abertura da exposição de cerca de 100 peças dos artistas Dutra, que permanecerá no Museu da Casa Brasileira até 7 de janeiro de 2001. Ao tomar conhecimento das obras dos Dutra, o colecionador de obras de arte e ex-presidente da Sociarte, Augusto Carlos F. Velloso ficou impressionado com o talento inato que foi passando de pai para filhos ao longo de décadas. 'Encontrei até alguns exemplos na Europa de cinco ou seis gerações de artistas na mesma família, mas acredito que um caso como esse, de oito gerações de artistas, seja inédito no mundo', afirma o autor do livro. A raiz principal da família remonta a 1775 com Thomas Dutra, que era tão habilidoso que lhe foi permitido ser ourives, profissão que os negros, como ele, não podiam exercer, conta Velloso. O filho de Thomas, Miguelzinho (1812-1875), foi um 'gênio' da família. Pintor, músico, maestro, construtor, entalhador, marcou o início da diversificação do talento dos Dutra, incentivado também pelos frades artistas de Itu que dirigiam o colégio onde estudou. De lá para cá, foram vários músicos, pintores, além de escultores, concertistas, escritores e poeta, passando por uma geração (a quarta) de quatro irmãos pintores e músicos de reconhecido talento: Alípio, João, Antônio de Pádua e Archimedes Dutra. A última geração de artistas até agora tem como representante Guilherme Rudge Aboim, desenhista desde os 6 anos de idade e filho de Ricardo Dutra Aboim, concertista também precoce - desde os 9 anos. Apesar da aparente ajuda da genética, o talento artístico não acompanhou o sobrenome por acaso. Gilberto Dutra, arquiteto e pintor nascido em 1927 que representa a sexta geração da família, lembra que a habilidade artística, mais do que incentivada, era quase obrigatória em casa. Mesmo não havendo a educação artística formal entre a maioria dos artistas da família, no lar dos Dutra o respeito e a admiração à Arte era ensinado para as crianças. Criado até os 11 anos na casa do avô, o pintor Joaquim Dutra, Gilberto passou a primeira parte da infância admirando diariamente os tios Pádua Dutra e Archimedes manobrarem os pincéis. Quando voltou à casa do pai, João Dutra, tinha de colorir as telas diariamente antes de brincar. 'Meu pai dizia: primeiro você pinta, depois pode sair', recorda. 'Os Artistas Dutra' é resultado de mais de cinco anos de pesquisa, finalizada em 1982. O autor explica que a intenção do livro é homenagear um exemplo de respeito à Arte num país de pouco incentivo e reconhecimento aos artistas. Ao contar histórias e ilustrar a obra dos Dutra, o livro também resgata a iconografia do interior paulista e retrata costumes de época ao longo destes dois séculos de história brasileira, documentados no 'depósito de trabalho' de Miguel Archanjo Benício de Assumpção Dultra, o Miguelzinho. Data: Sexta-feira, dia 15 de dezembro de 2000 Horário: 20h30 Local: Museu da Casa Br12/15/2000
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