LOBÃO DIZ QUE DEMISSÃO DE MINISTRO TEVE REPERCUSSÃO MAIOR DO QUE MERECIA
O senador Edison Lobão (PFL-MA) disse que a imprensa brasileira tratou o episódio da queda do ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Clóvis Carvalho, como um fato mais importante do que ele realmente foi. Ele acrescentou que esse mesmo comportamento foi assumido também no Congresso Nacional, por parlamentares tanto da Câmara quanto do Senado. Mesmo considerando que o episódio teve uma repercussão maior do que devia, Edison Lobão defendeu a liberdade de imprensa e de opinião pelos parlamentares como uma das vantagens da democracia. O senador exemplificou que uma situação como a ocorrida no Brasil não seria assistida no Iraque, na China do passado, na Rússia ou na Coréia do Norte. "Mas lá o povo não participa das decisões; o povo é apenas o destinatário das decisões do governo", observou.Em seu pronunciamento, Edison Lobão citou o parlamentar, escritor e diplomata pernambucano Joaquim Nabuco para também defender a posição do presidente da República em não apressar suas decisões, fato que vinha sendo criticado pela imprensa e por alguns políticos. Segundo Lobão, Nabuco costumava ensinar que dos mais prudentes não se podem esperar decisões supremas. Por outro lado, dos mais exaltados também não se devem esperar atitudes sensatas.- O presidente Fernando Henrique Cardoso não tem o desejo de tomar atitudes supremas, mas sim decisões sensatas - afirmou Edison Lobão.O fato de Fernando Henrique Cardoso, quando ministro da Fazenda do governo Itamar Franco, ter apostado no sucesso do Plano Real foi citado por Edison Lobão como um gesto de coragem e uma demonstração de que o atual presidente não titubeia ao tomar suas decisões. Edison Lobão também defendeu o ministro da Fazenda, Pedro Malan, envolvido no episódio que culminou com a demissão de Clóvis Carvalho. O senador testemunhou que Malan não é contra o desenvolvimento, mas apenas defende o crescimento do Brasil de uma forma real, positiva e sustentável. Não através de uma "bolha de desenvolvimento falsa, quimérica".- Acredito no Brasil, no povo brasileiro, em seu dinamismo e capacidade. Estou seguro que esta pequena crise pela qual estamos passando servirá de advertência para que nos reencontremos, no passo seguinte, com o grande destino da nação brasileira - afirmou.
06/09/1999
Agência Senado
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