Lobão diz que o Brasil está à beira de um apagão geral
O senador Edison Lobão (DEM-MA) alertou nesta sexta-feira (11) o governo para o risco de o Brasil enfrentar um apagão elétrico caso medidas urgentes não sejam tomadas para assegurar a atividade econômica. Ele lembrou que, se não há energia elétrica, não há indústria, nem comércio. E observou que ou se toma como base um estoque confiável de energia elétrica ou não haverá crescimento.
- Ou o governo toma corajosamente a iniciativa de se entender, quem sabe com o Ministério Público, e põe sob controle o Ibama [Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis] ou a Funai [Fundação Nacional do Índio] , ou o nosso futuro não será o do crescimento anunciado pelo presidente da República, e não será o do pleno emprego que todos desejamos. Se não tomarmos providências, vamos voltar à idade da pedra - ressaltou.
Ao iniciar seu discurso, Lobão indagou sobre o que seria do Brasil hoje se não fosse a iniciativa do regime militar de construir as hidrelétricas de Itaipu e Tucuruí, apesar de todas as críticas feitas a essas obras na época. Na opinião do senador, sem essa visão de futuro, hoje o Brasil estaria num apagão geral.
- Volto meu pensamento aos governos militares, tão acusados, tão atacados, e eu pergunto: o que seria deste país, hoje, se os militares, com a coragem que tiveram, enfrentando todas as dificuldades e as críticas da época, não tivessem construído Itaipu e Tucuruí? O Brasil estava submetido a uma espécie de apagão geral. Não teríamos indústrias, não teríamos emprego, não teríamos energia nas residências e seria a infelicidade geral - afirmou.
Lobão também se referiu a notícia segundo a qual cerca de 400 índios guajajaras, da terra indígena Cana Brava, no Maranhão, bloqueiam há três dias a BR-226, entre Grajaú e Barra do Corda (MA), ameaçando incendiar duas torres de transmissão de energia elétrica da Eletronorte.
De acordo com o senador, essa ação dos índios ameaça provocar um apagão elétrico em todo o Maranhão e em outros estados do Norte e Nordeste. Lobão disse que, quando governador, enfrentou problema semelhante com os mesmos índios, e que, mediante contato com o ministro da Justiça, resolveu o problema.
No mesmo discurso, o senador chamou a atenção para a situação da hidrelétrica de Estreito, também em seu estado, cuja obra foi, ao longo de 20 anos, examinada, estudada e, afinal, autorizada pelo governo federal. Lobão disse que houve uma licitação e a vitória de um consórcio, que obteve da Funai e de todos os órgãos envolvidos com a questão autorização para construir. Mal iniciada a obra, por ação do Ministério Público e de associações da região, a construção foi suspensa e não foi retomada até hoje.
- Eu não sei onde vai parar este país! Ou este País toma uma decisão como nação, olhando seus mais legítimos interesses - e não há interesse maior neste momento do que energia, seja energia elétrica, seja gás, sejapetróleo - ou então, daqui a pouco, nós não teremos mais indústrias funcionando; não teremos mais os bares funcionando; nós não teremos mais nada neste país. O Brasil não é um país artesanal, é uma grande nação, uma nação econômica e não pode se submeter a esses solavancos que a cada minuto aparecem- ressaltou.11/05/2007
Agência Senado
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