Lúcia Vânia critica política econômica do governo federal



A senadora Lúcia Vânia (PSDB-GO) comentou, em discurso nesta sexta-feira (16), declarações feitas por dois ministros do governo: o da Casa Civil, José Dirceu, e o do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Patrus Ananias. Dirceu teria dito que sem reduzir as desigualdades sociais não vale a pena governar e que assim a política econômica não terá nenhum fim ético. Patrus, por sua vez, teria afirmado que "não se pode joga para Deus tarefas e responsabilidades que são nossas".

- Temos que concordar com as afirmações de José Dirceu, ainda mais quando se supõe que esteja falando do governo Lula. Carece de um fim ético uma política econômica que leva o país a ter um crescimento negativo em 2003, deverá ter um crescimento pífio em 2004, que apresenta taxa de desemprego de 13% e traz queda de renda para os trabalhadores - afirmou.

A senadora disse ainda que apenas programas sociais que tinham uma rotina consolidada mantiveram desempenho favorável no novo governo, ainda referindo-se a outra afirmação de Dirceu, que teria dito que "sempre houve má gestão dos programas sociais nesse país".

- Se sempre houve má gestão, isso apenas foi aprofundado em 2003 e no início de 2004 - disse.

Lúcia Vânia lembrou que não houve cadastramento em 2003 para esses programas, que o Bolsa Escola teve seu número de beneficiários reduzido e que, do programa Fome Zero, "apresentado pelo governo como salvador da pátria, ninguém nunca mais ouviu falar".

A senadora considera ainda que até seria inovadora a proposta do ministro José Dirceu de criar um observatório latino-americano de acompanhamento das políticas sociais desenvolvidas pelos governos da região. O problema com a proposta, apontou Lúcia Vânia, é a falta de entrosamento que marca a equipe do governo de Luiz Inácio Lula da Silva.

"Enquanto José Dirceu propõe a criação desse observatório, o ministro Berzoini (do Trabalho e Emprego) desmonta o que existe", afirmou. Em 2002, informou, foi criado no âmbito do Ministério do Trabalho o Observatório do Mercado de Trabalho, que mantinha intercâmbio com países do Mercosul, desativado em janeiro de 2004 pelo novo ministro.



16/04/2004

Agência Senado


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