LUIZ ESTEVÃO DEPÕE E NEGA RELAÇÃO COM JUIZ NICOLAU
O senador Luiz Estevão (PMDB-DF) negou ter qualquer envolvimento com o juiz aposentado do Tribunal Regional do Trabalho de São Paulo (TRT-SP), Nicolau dos Santos Neto, acusado de irregularidades na construção do fórum trabalhista da capital paulista. Em depoimento à CPI que investiga irregularidades no Judiciário, ele disse nesta quarta-feira (dia 30) que 23 das 26 ligações telefônicas entre o juiz e telefones utilizados pelo senador têm apenas alguns segundos de duração. Luiz Estevão esclareceu que na verdade teve apenas três contatos com o juiz: o primeiro, em uma véspera de natal; o segundo, após a resolução do seqüestro de sua filha; e um último, por ocasião de sua eleição para o Senado. - Se eu tivesse tido acesso a estas informações previamente, as teria explicado facilmente. Há ligações com menos de 10 segundo de duração, o que torna impossível qualquer conversa. A falta de conhecimento prévio destas informações me deixou em situação desvantajosa - lamentou o senador.Com relação a informações de que o ex-juiz teria viajado para Brasília em avião do Grupo OK, de propriedade do senador, Luiz Estevão informou que a acusação é falsa. Ele acrescentou que o Ministério Público de São Paulo, que investiga o superfaturamento do fórum trabalhista, já sabe quem é o dono do aparelho.Luiz Estevão afirmou que suas empresas fizeram negócios com o grupo Monteiro de Barros, do qual faz parte a construtora Incal, responsável pela obra do TRT-SP, em duas oportunidades: durante a construção do edifício-sede da Ordem dos Advogados do Brasil e em um empreendimento agropecuário em Mato Grosso. Além disso, houve apenas, conforme o depoimento do senador, a gestão financeira de um empreendimento de propriedade do grupo paulista em Pernambuco. A operação foi feita porque o grupo Monteiro de Barros contraiu empréstimo junto ao Banco OK. Para fazer frente a este compromisso, o Banco assumiu créditos do grupo Monteiro de Barros. Luiz Estevão disse que a operação foi normal. "Anormal seria se não tomássemos providências para garantir nossos recursos", explicou.O senador pelo Distrito Federal rechaçou qualquer insinuação de que seria de sua propriedade a firma Ikal, constituída pelo Grupo Monteiro de Barros para construir o fórum. Luiz Estevão reafirmou não ter tido qualquer participação na execução da obra nem na liberação de recursos orçamentários.- Nunca foi responsabilidade minha a liberação de recursos. E não tive qualquer envolvimento com aquela obra. Comprovar isso é muito fácil. Nunca fui sequer visto na obra. Perguntem, por exemplo, a alguns dos fornecedores da construção se houve qualquer contato para tratar da obra. Esta tese não tem qualquer fundamento - assegurou o senador.
30/06/1999
Agência Senado
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