Luiz Francisco sugere instalação de CPI

Ao sugerir que a segunda fita, considerada como quase inaudível, seja novamente periciada, desta vez de forma mais meticulosa e com maior acuidade, o procurador Luiz Francisco de Souza defendeu a instalação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) no Senado para apurar tudo que o senador Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA) declarou na conversa com os procuradores e, em especial, o caso Eduardo Jorge. Para Luiz Francisco, será possível, por meio do exame da fita e do painel de votação do Senado, verificar-se que tudo que tem sido dito sobre a conversa realmente aconteceu.

Apesar de atestar a veracidade dos diálogos acontecidos no encontro com o senador, o procurador foi cuidadoso ao afirmar que as frases de Antonio Carlos e de seu assessor Fernando César Mesquita podem ser entendidas com sentido dedutivo ou não. Na primeira hipótese, observou, as repercussões podem ser uma investigação sobre eventual quebra de decoro parlamentar por parte do senador. Na segunda, completou Luiz Francisco, pode-se concluir que o ex-presidente do Senado falou em tom de "bravata" ou para se gabar. O mesmo poderia se supor, conforme o procurador, com relação às frases atribuídas a Fernando César, que teria admitido o vazamento dos dados sigilosos do ex-senador Luiz Estevão para a imprensa.

Também a senadora Marina Silva (PT-AC), presente à reunião do Conselho, solicitou a instalação de uma CPI para esclarecer todos os pontos suscitados na conversa, advertindo para o risco de a imagem da instituição ficar maculada caso isso não ocorra. O senador José Eduardo Dutra (PT-SE) comunicou que a lista de assinaturas para a criação da CPI já pode ser assinada por todos os senadores dos partidos que o queiram.

14/03/2001

Agência Senado

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