LUTA DE NABUCO PRECISA CONTINUAR, DIZ SUPLICY



O que diria hoje Joaquim Nabuco sobre o fato de um terço da população brasileira viver com menos do que o suficiente para atender às necessidades vitais de um ser humano? Esse foi o questionamento levantado pelo senador Eduardo Suplicy (PT-SP) em seu discurso, realizado nesta quinta-feira (dia 21), homenageando os 150 anos de nascimento do intelectual pernambucano e os 50 anos de criação da Fundação Joaquim Nabuco.
- Nabuco queria alcançar a Justiça, a liberdade, o direito de todos usufruirem a riqueza da Nação. Afirmava que nenhum homem pode ser propriedade de outro. Se estivesse vivo hoje, Joaquim Nabuco continuaria sua batalha. A abolição no Brasil não seguiu os passos necessários para reverter 300 anos de escravidão. É preciso fazer isso. O cidadão precisa ter direito a cidadania. Uma renda mínima é direito inalienável do ser humano - afirmou, após ler trechos da obra do abolicionista.
Citando dados do Dieese, o senador disse que a situação do negro no Brasil ainda é "muito pior do que a do branco", acrescentando que o negro sofre mais com o desemprego. O senador citou o Distrito Federal, onde o desemprego atinge a taxa de 20,5% entre negros e 17,5% entre os demais. Ainda segundo o Dieese, a renda média mensal em Porto Alegre é de R$ 409 para os negros e R$ 628 para as outras etnias, e em Salvador, R$ 403 para os negros e R$ 859 para os demais.
O senador destacou ainda, em seu discurso, a "força das palavras incansáveis" do abolicionista e os estudos que a Fundação Joaquim Nabuco realiza sobre a situação do trabalhador brasileiro.
Depois do discurso de Suplicy, o neto de Joaquim Nabuco, José Thomaz Nabuco, agradeceu, em nome da família a homenagem prestada pelo Senado Federal ao seu avô.

21/10/1999

Agência Senado


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