MAC abre exposição de grafites brasileiros e italianos
Inauguração acontece nesta quinta-feira, 17, no museu localizado no Parque do Ibirapuera
O Museu de Arte Contemporânea (MAC) da USP inaugura nesta quinta-feira, 17, a exposição Street Art – do Graffiti à Pintura. São 60 trabalhos de artistas brasileiros e italianos feitos sobre painéis de tela ou madeira. Fabio Magalhães, curador da mostra, explica que o evento "sugere um novo olhar sobre o grafite".
A exposição foi organizada em parceria com Vittorio Sgarbi, secretário da Cultura de Milão, que montou uma exposição bem sucedida de grafiteiros italianos. A idéia foi que parte dessa exposição entrasse em turnê mundial, aliando-se com a arte produzida por cada país que a recebesse.
Foram escolhidos dez artistas italianos e dez brasileiros, somando, ao todo, 60 obras inéditas. A escolha contou com ajuda do grafiteiro Boleta, que também expõe no MAC. Além de trazer um novo olhar sobre o grafite, Magalhães cita que a mostra gera uma certa "deformação", já que o espaço natural do grafite são as ruas da cidade e não as telas do museu.
Magalhães explica que o grafite possui o espírito de ocupar a cidade, humanizando-a a partir de intervenções em espaços públicos. Outra característica dessa arte são suas identidades: cada autor possui um estilo próprio de cor, tema, linha e desenho.
O curador afirma que a identidade é o que faz uma pessoa passar por um lugar, ver um grafite, e lembrar que já viu esse mesmo estilo em outro canto da cidade. No entanto, o grafite não valoriza apenas o individual, mas também o coletivo, com painéis feitos por grupos - o caso de obras na exposição.
Magalhães também ressalta o lado underground e de transgressão desse tipo de arte - o que, de certa forma, resulta do fato dos artistas se juntarem em grupos, até mesmo para se defenderem de repressão policial. Mas nem sempre o grafite deriva do flerte com o proibido. Em São Paulo, por exemplo, espaços são cedidos pela prefeitura municipal para a realização da arte.
A capital paulista, afirma o curador, é uma das cidades mais grafitadas do mundo, e, segundo ele, com a restrição de anúncios devida à Lei Cidade Limpa, o grafite tornou-se o grande apelo visual da cidade. Diferentemente da Itália, com seus centros históricos, a cidade de São Paulo inteira é alvo do grafite, de prédios a viadutos; a arte não está restrita às áreas periféricas, como nas cidades italianas.
"A linguagem se refere a uma linguagem da rua", diz Magalhães, lembrando que essa é uma forma difícil de ser captada pelo artista burguês, que não está em contato com os habitantes da rua.
Serviço
Street Art – Do Graffiti à Pintura abre para visitação no próximo dia 17 e segue até o dia 9 de março no MAC- Ibirapuera.O Parque do Ibirapuera, onde fica o MAC Ibirapuera, se localiza na Av. Pedro Álvares Cabral, s/ nº, Vila Mariana, São Paulo. Entrada Gratuita. Horário de visitação: de terça a domingo, das 10 às 19 horas. Mais informações pelo telefone (11) 5573-5255.Da USP Online
01/17/2008
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