MACHADO DEFENDE PROPOSTAS PARA INCREMENTAR SETOR PESQUEIRO CEARENSE



A pesca perdeu nos últimos dez anos o posto de principal produto nas exportações do Ceará, principalmente por causa do envelhecimento das embarcações e depredação do meio ambiente. A afirmação é do senador Sérgio Machado (PSDB-CE), ao comentar as conclusões do I Seminário Cearense de Pesca, realizado em Fortaleza. O evento, segundo o senador, contou com a participação de técnicos e especialistas dos ministérios da Agricultura, Meio Ambiente e Desenvolvimento, Indústria e comércio Exterior, secretários de governo do estado do Ceará, deputados estaduais e federais, senadores, prefeitos de municípios pesqueiros, empresários e trabalhadores da pesca.
De acordo com dados apresentados no seminário, das 5.094 embarcações que compõem a frota cearense, 76% são movidas a vela ou a remo. "Como poderemos competir com esse nível tecnológico em plena sociedade do conhecimento?", questionou o senador. Ele acrescentou que a atividade pesqueira do Ceará rendeu, , no ano passado, apesar da frota precária, R$ 50 milhões, "dos quais a metade devido à lagosta". Mas, em 1991, comparou, o valor foi de R$ 200 milhões. "Naquele ano, o Ceará contava em sua frota com embarcações mais modernas, as quais, hoje, em boa parte, estão pescando no litoral do Maranhão e do Pará", disse.
- Que solução trazer para uma atividade econômica cuja cadeia produtiva oferece emprego direto a perto de 30 mil pessoas no Ceará? questionou o senador.
Segundo as propostas apresentas no seminário, observou, a pesca cearense deve mudar sua matriz produtiva, eliminado os interesses corporativos na pesca da lagosta. Deve substituir sua frota pesqueira por embarcações mais modernas e utilizar a frota sucateada como refúgios e atratores artificiais, para melhorar a captura do peixe. Reanimar a economia da atividade pesqueira como forma de descomprimir o esforço da pesca da lagosta foi também apresentada como uma opção para diminuir o impacto ambiental, "já que quase todas as embarcações pescam exclusivamente em águas rasas", disse o senador.
Sérgio Machado concluiu seu pronunciamento dizendo que à ação do Estado como indutor e a iniciativa privada como empreendedora podem, em parceria, mudar sem grandes esforços financeiros a situação da atividade pesqueira no Ceará. "É crucial, no caso, um programa do governo com o setor privado que se preocupe não apenas com a infra-estrutura, mas igualmente com a política de comercialização e o meio ambiente", disse.

30/05/2000

Agência Senado


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