Maciel propõe parceria informal entre o Executivo e a comissão que acompanhará a crise financeira



O senador Marco Maciel (DEM-PE) sugeriu nesta sexta-feira (27), em entrevista à Agência Senado, que a Comissão de Acompanhamento da Crise Financeira Internacional e da Empregabilidade, a ser instalada na próxima semana, realize uma parceria informal com o governo federal para que haja troca de idéias e informações.

- A parceria seria importante, inclusive porque o governo talvez adote novas medidas que terão de ser discutidas no Congresso Nacional - declarou o senador, um dos cinco integrantes da comissão, acrescentando que "a boa sintonia entre Executivo e Legislativo poderá contribuir para que haja consenso em relação a tais medidas".

O senador reiterou a avaliação de que ainda não é possível saber a extensão da crise e de seus efeitos - tanto sobre o Brasil como sobre o mundo. E disse que a comissão, "além de expressar o sentimento do Senado quanto à crise, permitirá que se firme na Casa uma convicção sobre as ações consideradas prioritárias".

Sobre as iniciativas recentemente implementadas pelo governo federal - como as que visam auxiliar o sistema bancário, o setor de construção civil e a indústria automobilística -, o senador afirmou que "as medidas são corretas, mas o Executivo precisa avançar mais e ser mais ágil".

Por outro lado, Marco Maciel avalia que o Brasil apresenta uma boa estabilidade econômico-financeira "devido ao Plano Real e seus desdobramentos, os quais envolveram iniciativas como a Lei de Responsabilidade Fiscal e o Programa de Estímulo à Reestruturação e ao Fortalecimento do Sistema Financeiro Nacional (Proer)".

- Isso deu ao país musculatura para enfrentar a atual crise - argumentou ele.

Desglobalização

O senador destacou ainda a possibilidade de que a crise financeira internacional provoque um retrocesso no processo de globalização econômica, devido às posturas mais protecionistas que alguns governos vêm adotando para defender suas economias e o nível de emprego em seus respectivos países.

- Isso compromete a integração internacional. É como se fosse um processo de 'desglobalização' - observou Marco Maciel, para quem "a globalização é um processo auspicioso que reforça o multilateralismo".

A comissão de acompanhamento da crise, a ser instalada na terça-feira (3), terá como presidente o senador Francisco Dornelles (PP-RJ). Além dele e de Maciel, o colegiado será composto pelos seguintes senadores: Aloizio Mercadante (PT-SP), Pedro Simon (PMDB-RS) e Tasso Jereissati (PSDB-CE).



27/02/2009

Agência Senado


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