Sarney instala comissão de acompanhamento da crise financeira



Promessa do senador José Sarney (PMDB-AP) como candidato à Presidência do Senado nesta legislatura tornou-se realidade, nesta terça-feira (3), ao ser instalada, em Plenário, a Comissão de Acompanhamento da Crise Financeira e da Empregabilidade. Ao abrir os trabalhos, José Sarney pediu não só o apoio dos senadores à iniciativa, mas também sugeriu a eles que extraiam desses estudos subsídios para aperfeiçoar a atuação da Casa nas áreas de economia e finanças.

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Logo em seguida, Sarney convidou o senador Francisco Dornelles (PP-RJ) a assumir a presidência da comissão, que analisará os efeitos da crise financeira internacional mundial no Brasil, avaliar as medidas governamentais já adotadas e propor novas iniciativas para amenizar seus efeitos sobre o emprego e a produção no país.

Segundo Francisco Dornelles, o grande desafio do momento é entender os motivos de o Brasil manter taxas de juros e spread bancário (diferença entre o custo de captação de recursos pelos bancos e o cobrado dos clientes nas operações de empréstimo) tão altas. Ele informou que a comissão terá 45 dias para apresentar estudo sobre o assunto. O presidente da comissão também defendeu maior agilidade na concessão de linhas de crédito ao setor produtivo e a identificação de "gargalos" para a geração de emprego junto a representantes do governo, de empresas e trabalhadores.

A começar por Francisco Dornelles, todos os demais senadores que se manifestaram na instalação da comissão ressaltaram a importância da iniciativa de José Sarney. Outro membro do colegiado, o senador Tasso Jereissati (PSDB-CE), observou que o desemprego já começa a afligir o país e que o desaquecimento da indústria fica mais claro a cada dia. Salientou ainda que a perda de arrecadação federal, estadual e municipal já é uma realidade "dramática" em muitos lugares.

- Isso exige dos três Poderes - Executivo, Legislativo e Judiciário - um trabalho coletivo para proteger a qualquer custo o emprego dos brasileiros - comentou Jereissati.

A união entre os Poderes para o enfrentamento da crise também foi compartilhada pelo senador Marco Maciel (DEM-PE), outro integrante da comissão. Como "o Parlamento é a palavra da Nação", segundo um jurista francês citado pelo representante de Pernambuco, ele sustentou que o Congresso Nacional não poderia ficar indiferente a essa crise.

Expressaram ainda seu apoio à iniciativa o senador Flávio Arns (PT-PR), para quem a composição suprapartidária da comissão é essencial; o senador Renato Casagrande (PSB-ES), que lembrou ter apresentado proposta de criação de subcomissão, no âmbito da Comissão de Assuntos Econômicos (CAE), para analisar a questão; e o senador José Nery (PSOL-PA), que considera fundamental ouvir sindicalistas e trabalhadores sobre a crise, apontados como os mais prejudicados pelos "desatinos" dos sistema econômico capitalista.

A comissão também contará com a participação dos senadores Aloizio Mercadante (PT-SP) e Pedro Simon (PMDB-RS). A pedido de Francisco Dornelles, deverá ser divulgado quinzenalmente um boletim com informações sobre a crise econômica mundial.

Simone Franco / Agência Senado



03/03/2009

Agência Senado


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