Magno Malta diz que irá processar criminalmente relator da CPI



O senador Magno Malta (PL-ES) fez sua defesa, em Plenário, reiterando que é inocente das acusações a ele imputadas de participação na "máfia das ambulâncias". Em seu pronunciamento nesta quinta-feira (10) Malta foi veemente ao afirmar que não está incluído em nenhum dos três critérios adotados no relatório parcial da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito dos Sanguessugas.

- Com todo respeito que tenho pelo relator [senador Amir Lando (PMDB-RO)], vou processá-lo criminalmente junto ao STF [Supremo Tribunal Federal] - afirmou Magno Malta, inconformado com a decisão de Lando de incluir seu nome na lista dos parlamentares acusados de envolvimento na utilização de emendas do orçamento para compra superfaturada de ambulâncias. Insistiu que apenas utilizou a van que lhe fora emprestada pelo ex-deputado Lino Rossi, sem saber de sua origem.

Malta leu os critérios adotados - ter recebido dinheiro em conta ou na conta de assessores; ter, por ação ou omissão, permitido que assessor ou funcionário recebesse benefícios ou vantagens; utilizar servidores ou terceiros para recebimento em suas contas bancárias ou em espécie - para afirmar que não preenche nenhum deles.

- É preferível a morte a ter seu nome jogado na lama junto daqueles que roubaram o orçamento - disse o parlamentar, manifestando sua indignação por ver a presunção de culpa vir a público sem que sua defesa sequer fosse analisada e, conforme desabafou, ser incluído entre os culpados "por ilação".

Apartes

Além da senadora Heloísa Helena (PSOL-AL), elogiada por seus pares pela corajosa defesa dos que julgava inocentes durante reunião da comissão em que foi votado o relatório, diversos parlamentares se pronunciaram em defesa de Malta.

O senador Arthur Virgílio Neto (PSDB-AM) sugeriu a apresentação de emenda ao relatório propondo a retirada do nome de Malta. O corregedor do Senado, senador Romeu Tuma (PFL-SP), concordou que a documentação de Lino Rossi servia como elemento comprobatório de sua inocência e que as defesas dos acusados deveriam ter sido anexadas ao relatório. Ele disse ainda que o relatório deveria separar os parlamentares em três grupos: aqueles contra os quais há provas consistentes; aqueles que exigiriam maiores investigações; e os inocentes.

O senador Sibá Machado (PT-AC) disse que pedirá ao presidente da Casa, Renan Calheiros, para que analise a possibilidade de encaminhar o relatório à Corregedoria ou mesmo de volta à CPMI para que a defesa de Malta seja nele incluída. Ele explicou que não pediu vista do relatório para não criar "suspeitas de ambigüidade" na oposição e também porque o documento teve a acolhida unânime dos integrantes da CPI. O senador acrescentou que se absteve de votar por entender que alguns estavam sendo injustiçados.

O senador Eduardo Suplicy (PT-SP) informou que solicitou ao presidente da CPI, deputado Antonio Carlos Biscaia (PT-RJ), e ao relator, Amir Lando, a inclusão, no relatório, das defesas dos senadores Magno Malta e Serys Slhessarenko (PT-MT).

10/08/2006

Agência Senado


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