Maguito quer suspensão das privatizações do setor elétrico
Maguito Vilela lembrou que em razão da política econômica e dos compromissos com o Fundo Monetário Internacional as companhias estatais deixaram de investir e as empresas privadas "foram colocadas nas mãos de investidores que não investem, até porque, pelas regras da privatização, não foram levadas a esta obrigação". Em defesa de seu argumento de parar o processo de privatização, Maguito citou, ainda, discurso do senador Iris Rezende (PMDB-GO) o qual lembrou que a crise de energia fará cair o preço das companhias do setor.
- Privatizar, num momento desses, seria o mesmo que entregar um patrimônio que é do povo brasileiro a preço de banana - afirmou o senador.
As conseqüências do processo de privatização para o país "serão terríveis", afirmou o senador, citando dados da Fundação Getúlio Vargas (FGV) segundo os quais o Produto Interno Bruto (PIB) vai crescer 3,5%, este ano, índice inferior aos 4,5% previstos antes do anúncio da crise energética. A FGV prevê, também, queda de R$ 3 bilhões na arrecadação de impostos, redução de aproximadamente 850 mil vagas no mercado de trabalho, aumento de preços, redução de exportações e volta gradativa da inflação.
Maguito afirmou ainda que a crise energética não se encerra em si mesmo e defendeu a adoção urgente de um plano amplo de investimentos não apenas no setor ele´trico, mas também no de transportes.
Em aparte, o senador Sebastião Rocha (PDT-AP) afirmou que a falta de oferta de energia é apenas um estilhaço da bomba que vai estourar sobre a cabeça da população. "FHC foi infeliz ao afirmar que a oposição assumiu uma postura fascista. Não é nosso interesse derrubar o presidente, mas alertar o povo". O senador Ney Suassuna (PMDB-PB) disse que não aceita uma crise dessas proporções na oitava economia do mundo e classificou a crise como um "vexame nacional". O senador Pedro Simom (PMDB-RS) considerou lamentável a atitude do governo de editar uma Medida Provisória (MP), na quarta-feira (dia 23), que impede os consumidores que se sentirem lesados com as regras do racionamento de entrarem na Justiça.
24/05/2001
Agência Senado
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