Maiores empresas do País rendem menos que poupança








- Maiores empresas do País rendem menos que poupança

- Ser empresário no Brasil nunca foi tão difícil. Nos dois governos de Fernando Henrique Cardoso, a rentabilidade de quem gerencia um empreendimento produtivo no país foi menor até mesmo do que a tradicional caderneta de poupança, que, por ser a mais conservadora das aplicações, apresenta o menor rendimento de todo o mercado financeiro.

E não se trata apenas de pequenas e médias empresas. De acordo com estudo obtido pelo "Jornal do Brasil", a rentabilidade patrimonial média das 500 maiores empresas abertas - com ações na bolsa de valores - de 1995 até este ano foi de 1,58%. A dos bancos foi bem melhor, de 13,22%. A caderneta de poupança rendeu bem mais: chegou a 39,74% em 1995, caiu para 12,24% em 1999 e no ano passado rendeu 8,59%. (pág. 1 e A14)

- A tragédia da Rua 1º de Março, no Centro do Rio, não é um caso isolado. Segundo dados da Defesa Civil estadual, o Rio convive, sem se dar conta, com média assustadora: a cada dois dias uma construção desaba em algum ponto do estado. A má conservação de imóveis e irregularidades em obras são as causas mais freqüentes. (...) (pág. 1 e C2)

- Os oito anos de mandato de Fernando Henrique Cardoso mudaram o País. E também o dia-a-dia dos palácios do Planalto e da Alvorada. Como em todo governo, o próximo presidente vai encontrar, nos dois lugares, o estilo que marcou a Era FH. Para o bem e para o mal.

Nunca um presidente eleito democraticamente havia utilizado por tanto tempo os palácios construídos para moradia e trabalho. Depois de Fernando Henrique, ambos ficaram mais modernos, mais econômicos e com menos funcionários. (...) (pág. 2)

- Independentemente da guerra da sucessão presidencial, o próximo procurador-geral da República deverá ter um novo perfil, muito mais aguerrido. Seja quem for o vencedor da eleição, a tendência é que o cargo passe a ser ocupado em junho de 2003, com a saída de Geraldo Brindeiro, por um membro do Ministério Público Federal habituado a levar as investigações até o fim. (...) (pág. 6)


Colunistas

COISAS DA POLÍTICA - Dora Kramer

Assim como os campeonatos de futebol, eleições têm o poder de deixar sensibilíssimos até espíritos mais tranqüilos. Se campanhas eleitorais já não abrigam bem certas racionalidades, o concurso público para presidente da República provoca um choque permanente entre o objetivo e o subjetivo.

No que diz respeito ao exercício da comunicação, os períodos pré-eleitorais prestam-se a toda sorte de confusão entre as necessidades objetivas de quem produz as notícias, opiniões ou interpretações e os desejos subjetivos dos candidatos e suas respectivas torcidas, aí incluídos eleitores e correligionários.

Qualquer coisa que se diga por mais lógica e atinente aos fatos que seja é tida como um inequívoco "sinal" de engajamento. (...) (pág. 2)

(Informe JB - Gustavo Krieger) - Que ninguém espere Fernando Henrique no palanque de José Serra. A participação do Presidente na campanha tucana vai restringir-se a depoimentos no horário eleitoral e menções em discursos e entrevistas. Presença em atos de campanha é quase impossível: exigiria um aparato de segurança impensável e ainda sairia muito caro para os cofres do partido. Alguém teria de pagar pelo transporte e segurança. Mais que o custo financeiro, pesa o custo político. (pág. 6)

(Boechat) - Nas propostas de Governo que está enviando aos presidenciáveis, o Sindicato dos Auditores Fiscais da Receita Federal defende a imediata correção do Imposto Territorial Rural.
Diz que, apesar de o Brasil ser o segundo país em concentração de terras no mundo, o ITR rende só R$ 270 milhões anuais, 1,5% da arrecadação tributária da União.

O recadastramento das propriedades e um leve aperto no gogó dos grandes fazendeiros elevariam a cifra, segundo o Unafisco, para r$ 4 bilhões/ano. (pág. C2)


Editorial

O GRANDE ESQUECIDO

Está faltando um personagem no presidente debate eleitoral. O quadro sucessório desenhou-se de tal modo que pouco ou quase nada se fala do Governo Fernando Henrique Cardoso. Os candidatos alardeiam programas desenvolvimentistas e fazem promessas de geração de emprego e renda, sem referências diretas à administração que se encerra.

No caso do franco favorito Luiz Inácio Lula da Silva, prevalece a decisão de não bater em ninguém, em benefício da versão adocicada de "paz e amor". Anthony Garotinho e Ciro Gomes elegeram como alvo principal o candidato tucano José Serra mas deixam em plano secundário o atual ocupante do Palácio do Planalto.

Serra, por seu lado, desvencilhou-se da carapuça de candidato da situação. E fala do futuro como se não tivesse qualquer vínculo com o que se realizou nos últimos oito anos. (...)

Apesar das dificuldades atuais, o balanço dos oito anos de Governo Fernando Henrique é positivo. A História lhe fará justiça. (pág. 8)


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09/29/2002


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