Mais da metade dos caminhoneiros sofre de dor nas costas, diz pesquisa
Estudo realizado pelo HC aponta que a grande maioria deles, 77%, não pratica atividade físca
Uma das principais causas de afastamento do trabalho no Brasil, a lombalgia (dor na região lombar) atinge mais da metade dos motoristas de caminhão do Estado de São Paulo. Uma pesquisa do Hospital das Clínicas, ligado à Secretaria de Estado da Saúde, mostrou que 59% dos caminhoneiros sofrem com o problema e que, para cada hora de trabalho, o risco do motorista ter dor lombar aumenta em 7%.
O estudo avaliou 489 caminhoneiros do sexo masculino, dos quais 410 foram selecionados para a pesquisa. Todos tinham uma carga de trabalhão média de dez horas por dia. Uma das condições para participar do estudo era não apresentado a dor lombar antes de iniciar o trabalho nas estradas.
O resultado indicou que a prevalência de lombalgia nos caminhoneiros é de 59% e, dentre as variáveis estudadas, apenas o número de horas de trabalho mostrou-se estatisticamente significante. “O principal resultado é a correlação do número de horas de trabalho com a ocorrência da dor lombar”, destaca Silvia Andrusaitis.
Mas outros fatores também contribuem para uma postura errada, adverte a fisioterapeuta. “Permanecer sentado por tempo prolongado, expor-se à vibração, inclinações e rotações excessivas do tronco, carregar objetos pesados e manter a concentração que a atividade exige, sem intervalos adequados de relaxamento”.
Apesar do fator sedentarismo não ter apresentado correlação com a dor lombar, 77% dos caminhoneiros estudados não praticavam qualquer atividade física. Foi detectada a ocorrência de irradiação da dor para membros inferiores em 33,9% dos motoristas que apresentaram lombalgia.
“Esta média é maior do que a encontrada na população em geral, o que pode ser indicativo de comprometimento do disco intervertebral”, afirma a fisioterapeuta. Com relação às ausências no trabalho, 17,4% dos motoristas de caminhão já se ausentaram pelo menos uma vez em decorrência da lombalgia. O período de afastamento variou de um a 240 dias.
Da Secretaria da Saúde
10/16/2007
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