Malan na CAE: economia está em ordem e acordo com o FMI ajudará a governabilidade do futuro governo



O governo que toma posse no dia 1º de janeiro vai encontrar a economia em ordem, estabilizada, e pronta inclusive para enfrentar possíveis incertezas externas, afirmou o ministro da Fazenda, Pedro Malan, em depoimento na manhã desta terça-feira (dia 17) perante a Comissão de Assuntos Econômicos (CAE).

Para sustentar o que disse, Malan informou que a balança comercial brasileira fecha o ano com superávit de US$ 12,8 bilhões; o balanço de pagamentos encontra-se em situação administrável; e a dívida externa pública está abaixo de 15% do Produto Interno Bruto (PIB). Além disso, foi registrado um aumento da produtividade nacional, hoje estimada em 100 milhões de toneladas/grãos.

Pedro Malan previu que nos próximos anos os juros tendem a cair, o que ajudará o país a crescer. Ponderou, entretanto, ser necessário que o governo Lula -faça o dever de casa- e mantenha, como foi prometido, a inflação sob controle, respeitando a Lei de Responsabilidade Fiscal e cumprindo as metas de superávit primário. E não pode, em hipótese alguma, deixar de honrar os contratos externos e internos.

FMI

O ministro garantiu que o empréstimo de US$ 30 bilhões negociado com o Fundo Monetário Internacional (FMI) -representa uma enorme contribuição para que o próximo governo assegure a governabilidade, pelo menos no primeiro ano de administração-. Do total emprestado, o Brasil já sacou US$ 6 bilhões.

Pedro Malan disse, ainda, que caberá ao futuro governo tentar dar solução a um problema que vem corroendo, há décadas, os cofres públicos: a previdência social do setor público. Para o ministro, o problema atinge as três áreas de governo (federal, estadual e municipal), nas quais as aposentadorias pagas a servidores atingem a R$ 50 bilhões, -duas vezes mais do que é gasto por ano na saúde em todo o país-.

Palocci

O futuro ministro da Fazenda do governo Lula, Antônio Palocci, recebeu elogios de Malan: -é um homem público sério, de bom-senso e pragmático-. Para ele, a escolha de Palocci e dos demais integrantes da equipe econômica, -mostra que o governo Lula será uma administração comprometida com a racionalidade econômica e a maturidade política-. Mas observou que para combater com eficiência a pobreza e a desigualdade social, conforme deseja o governo do PT, é necessária uma economia estável e reavaliações na estrutura dos gastos públicos.




17/12/2002

Agência Senado


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