Maldaner defende diálogo entre Brasil e Argentina para que diferenças sejam superadas



Ao analisar o estremecimento nas relações entre o Brasil e a Argentina depois das críticas feitas pelo ministro da Economia daquele país, Domingo Cavallo, ao sistema cambial brasileiro, o senador Casildo Maldaner (PMDB-SC) defendeu a busca do entendimento através do diálogo para que os dois países possam resolver suas diferenças. Ele também estimulou o debate do assunto pelas representações argentina e brasileira da Comissão Parlamentar Conjunta do Mercosul.

Na opinião de Casildo Maldaner, o presidente Fernando Henrique Cardoso deve orientar o Itamaraty e os Ministérios da Agricultura e do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior a buscar o entendimento com os argentinos. Ele também sugeriu que o presidente Fernando Henrique Cardoso determine ao embaixador Botafogo Gonçalves a retomada das negociações sobre o futuro do Mercosul com diplomatas argentinos, suspensas desde as declarações de Cavallo.

- Quando governador de Santa Catarina, sempre que enfrentava uma greve, eu costumava dizer, diante do problema, que é melhor duas horas de diálogo do que cinco minutos de tiroteio. Esse pensamento também serve para o problema Brasil e Argentina. Não adianta nada os dois países ficarem se digladiando, pois isso vai resultar em perdas para ambos - afirmou Casildo Maldaner.

Diversos setores da economia brasileira, segundo o senador, já começam a sentir os efeitos dos problemas na relação entre Brasil e Argentina. Ele alertou para a possibilidade da situação piorar, já que muitos negócios já acertados entre empresários dos dois países podem ser interrompidos, causando prejuízos financeiros e até desemprego. Maldaner informou que no caso de Santa Catarina, somente no último mês houve uma queda de 11% no volume de negócios com a Argentina.

Maldaner lembrou também a situação de empresários brasileiros que, estimulados pela criação do Mercosul, assumiram compromissos para investir na Argentina, acreditando que o pacto comercial seria duradouro. O mesmo ocorreu com argentinos que vieram investir no Brasil.

- Eles acreditaram, aceitaram o chamamento e, de boa fé, investiram no país vizinho acreditando que o acordo seria duradouro - registrou.

31/10/2001

Agência Senado


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