Mantega diz a Arthur Virgílio que esforço para crescimento econômico vai respeitar responsabilidade fiscal
O ministro da Fazenda, Guido Mantega, que expôs no Senado nesta quarta-feira (20) as perspectivas econômicas do país no novo mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, disse, questionado pelo senador Arthur Virgílio (PSDB-AM), que o governo não vai buscar o crescimento fácil, o que, no seu entendimento, traria em decorrência o aumento da inflação.
Virgílio quis saber se o governo conseguirá, apesar dos gastos públicos, manter metas de superávit primário sem comprometer metas de crescimento e o desenvolvimento mais acelerado do país, "uma vez que o Brasil tem crescido a taxas menores que as anunciadas pela equipe econômica". O senador lembrou ao ministro que o Brasil jamais atingiu as metas de crescimento anunciadas pela equipe econômica durante o primeiro mandato de Lula.
- Considero que somente o sucessor de Lula tenha a possibilidade de conseguir uma taxa que atinja os 5%, que o Brasil precisa para se enquadrar num momento em que a economia do mundo está em crescimento - previu Arthur Virgílio, ressaltando que o país tem baixo de investimento em infra-estrutura, o que, na sua opinião representa um "apagão administrativo".
Para o ministro, o crescimento deve obedecer à responsabilidade fiscal. "E isso o Brasil está fazendo, ao cumprir mensalmente as metas de superávit primário". Por outro lado, frisou, "no futuro imediato do país pode-se antever um crescimento até mais elevado". Para esse crescimento mais elevado, Mantega apontou como prioritária a reforma tributária, "visando diminuir o peso sobre a produção". Segundo ele, para esse fim seriam necessárias também alterações na Lei Kandir - que isenta exportadores de produtos primários do Imposto sobre produtos Industrializados (IPI) e Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) e garante compensação aos estados pela isenção desse imposto.
Segundo Mantega, o esforço monetário e a elevação da taxa de juros no primeiro período do governo Lula foram necessários para conter a inflação e propiciar a queda gradual da taxa básica de Juros (Selic) e da taxa de juros de longo prazo (TJLP), o que tem incentivado o aumento do crédito para a população.
20/12/2006
Agência Senado
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