Mão Santa critica aumento para autoridades federais e o compara ao salário dos professores




O senador Mão Santa (PSC-PI) criticou o aumento, que chamou de "vapt vupt", aprovado pelo Congresso Nacional, nesta semana. O reajuste equiparou o salário de presidente da República, deputados federais e senadores ao de ministro do Supremo Tribunal Federal (STF). O parlamentar afirmou que reajuste para essas autoridades variou de 60% a 140%, enquanto o salário mínimo só deverá sofrer aumento de 5,8%, passando de R$ 510 para R$ 540 em 1º de janeiro de 2011.

- Isso está errado, Dilma (a presidente eleita Dilma Rousseff). Nos países civilizados, a diferença entre o menor e o maior salário não passa de dez, doze vezes - comentou, enumerando países europeus.

Mão Santa acredita que várias categorias vão começar a reivindicar reajustes e ameaçar entrar em greve - os aeroviários já anunciaram uma paralisação para o próximo dia 23 - provocadas pelo aumento dado às autoridades dos Poderes Executivo e Legislativo.

Mas, uma das maiores vergonhas, conforme declarou, é o fato de muitos professores ainda não estarem recebendo o piso nacional da categoria, aprovado pelo Congresso e sancionado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Segundo denunciou, muitos prefeitos contam com uma liminar do STF para não pagar o piso estabelecido por lei, hoje na faixa de R$ 1,2 mil.

- É uma vergonha essa liminar. Tem professor ganhando R$ 300 sob o argumento de que trabalha apenas meio turno - revelou Mão Santa.

Em aparte, o senador Cristovam Buarque (PDT-DF) elogiou o senador do Piauí por ter levantado a questão salarial dos professores. Cristovam é autor não só do projeto de piso nacional da categoria, mas apresentou outro em parceria com o senador Pedro Simon (PMDB-RS), essa semana, para que o reajuste de 60% concedido às autoridades federais seja repassado ao professorado brasileiro.

- Se somos capazes de dar aumento para os parlamentares equivalente a R$ 10 mil, também devemos aprovar esse reajuste de apenas R$ 600 no piso dos professores. Será que nós vamos ser contra isso? - indagou Cristovam.

Sem entrar no mérito da justiça de se equiparar o salário de presidente da República e dos parlamentares federais ao de ministro do STF, Cristovam se mostrou convencido, entretanto, de que este não era o melhor momento para fazê-lo. Na sua opinião, seria melhor repor, de imediato, apenas as perdas da inflação e escalonar o restante do reajuste até alcançar o teto do Judiciário.

17/12/2010

Agência Senado


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