Mão Santa está preocupado com as ameaças de absolutismo na América Latina



O senador Mão Santa (PMDB-PI) alertou para as vertentes absolutistas que, em seu modo de ver, ameaçam a América Latina. Afirmando que "o perigo é real", Mão Santa lembrou a situação de Cuba, onde Fidel Castro governou por 50 anos, tendo em seguida passado o cargo para seu irmão, Raul Castro, e citou também os presidentes da Venezuela, Hugo Chávez, e do Equador, Rafael Correa.

Mão Santa recordou o episódio em que Correa cassou 19 deputados dos quais dez foram à Justiça, receberam uma liminar para voltar e foram presos. Os outros fugiram para a Colômbia. Evo Morales, presidente da Bolívia, também foi citado pelo senador, que acrescentou à lista o presidente eleito do Paraguai, Fernando Lugo, e Daniel Ortega, que preside a Nicarágua pela segunda vez.

- São todos naquela volta do absolutismo dos reis, dos Mussolini e dos Hitler - afirmou o parlamentar.

Mão Santa criticou o vice-presidente da República, José Alencar, por ter defendido um terceiro mandato para o presidente Luiz Inácio Lula da Silva:

- Preocupa-me quando o vice-presidente da República, que pensei que tinha juízo, diz que é bom o terceiro mandato para Luiz Inácio - disse Mão Santa.

O senador também censurou as críticas feitas pelo presidente Lula ao Judiciário:

- Preocupa-me quando o presidente da República diz assim: esse juizinho não meta o bico na política. Se ele quiser meter o bico, ele largue sua toga e se candidate a vereador que ele vai perder. Um presidente da República... O juizinho era [o ministro] Marco Aurélio, do Supremo Tribunal Federal - disse Mão Santa.

O parlamentar leu duas mensagens recebidas de cidadãos brasileiros. A primeira, de Úrsula Maia Dutra, do Rio de Janeiro, elogia seus discursos, em particular aquele em que ele disse que a ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, cacarejava, qualificado por ela como "magistral".

Leu também mensagem de Rodrigo Constantino, que narra uma descrição da ascensão de Adolph Hitler ao poder na Alemanha. A descrição chama o partido de Hitler, o Nacional Socialista, de Partido dos Trabalhadores, permitindo assim algumas semelhanças com a trajetória do presidente Lula.

Em aparte, o senador Eduardo Suplicy (PT-SP) disse que Mão Santa "tentou fazer um paralelo entre duas pessoas cujas histórias não têm a ver" e que Lula não está interessado em um terceiro mandato. O senador Tasso Jereissati (PSDB-CE) afirmou que "a tendência totalitária" também o assustava e criticou o líder do governo, senador Romero Jucá (PMDB-RR), por ter tratado o presidente da Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ), senador Marco Maciel (DEM-PE), de maneira grosseira pela manhã.

O senador Papaléo Paes (PSDB-AP), por sua vez, disse que o Brasil está "cercado de países contaminados por sensação de totalitarismo". Já Mario Couto (PSDB-PA) disse que somente pedia a Deus que não se tente calar a voz dos senadores.



23/04/2008

Agência Senado


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