Mão Santa: 'O Congresso vive a pior crise de credibilidade'
Ao comentar pesquisa realizada em outubro pelo Instituto Datafolha intitulada "O Retrato da Ética no Brasil", o senador Mão Santa (PSC-PI) afirmou em Plenário nesta terça-feira (8) que o Congresso Nacional vive sua pior crise de credibilidade. Ele citou dados da pesquisa segundo os quais os deputados e senadores, naquele mês, teriam apenas 8% de credibilidade, enquanto a Igreja Católica, instituição mais acreditada pelos brasileiros, alcançaria 29%, seguida das Forças Armadas, com 24%, e da imprensa, com 20%.
-Vivemos a pior crise desse país de credibilidade, ninguém acredita mais em ninguém. 92% dos brasileiros acham que somos corruptos. 8% é a nossa credibilidade - lamentou, dizendo não acreditar em autoridade sem credibilidade.
A pesquisa do Instituto Datafolha revela, conforme relato do senador, que os brasileiros consideram o Congresso Nacional, a Presidência da República e os ministérios como líderes em corrupção e avaliam que os atos realizados por essas instituições seriam sinônimo de irregularidades. O senador relatou também que a população brasileira acredita que a corrupção é uma "epidemia global" e que as politicas públicas governamentais conseguiram amenizar a prática sem, no entanto, aboli-la.
Outra verificação da pesquisa, relatou, é que embora os brasileiros tenham altos padrões de exigência moral, reconhecem já terem praticado desvios, o que denota, segundo Mão Santa, a existência de "paradoxos morais" em nossa sociedade. Muitas pessoas informaram estarem habituadas a expressões do tipo "pagou, passou", "molhar a mão" e pedidos ilícitos de dinheiro.
Mão Santa citou dados estatísticos como o que sinaliza que 93% dos simpatizantes do PSDB e 90% dos petistas veem corrupção no governo. Já 79% dos pesquisados afirmam que os brasileiros vendem voto e 33% creem que não se faz política sem corrupção.
- Essa é a crise mais grave, é a crise de ética, de falta de moral, de dignidade - lamentou novamente.
Popularidade
Mão Santa também comentou a pesquisa do instituto Ibope, divulgada na última segunda-feira (7), em que a aprovação do governo está em 83%. Comparou-a à popularidade de Adolf Hitler na Alemanha, e à popularidade do ditador Fidel Castro, de Cuba.
Ao aparteá-lo, o senador Papaleo Paes (PSDB-AP) disse considerar que a aplicação das provas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), com a terceirização de sua distribuição é "corrupção institucionalizada" e disse que não se pode acobertá-la com o "manto branco" da popularidade do presidente Lula e do bom momento que vive a economia brasileira.
08/12/2009
Agência Senado
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