Mão Santa diz que país vive seu pior momento e defende alternância no poder
Ao avaliar a conjuntura política neste processo eleitoral, o senador Mão Santa (PMDB-PI) disse, nesta segunda-feira (16), que, a seu ver, o momento atual é o pior da história do Brasil, classificando-o como "um mar de lama, de corrupção e de indecência".
- Oposição não pede licença para fazer oposição. Eu vivi a ditadura e hoje vivemos um momento pior que aquele: o mar da corrupção - lamentou, dizendo-se estudioso de história do Brasil.
Lendo diversos artigos publicados pela imprensa, Mão Santa pediu à população que fizesse uma reflexão neste período que antecede as eleições.
- Votem pela democracia. Votem pela alternância no poder. Alckmin é fruto do político mais sério que já conheci: Mário Covas. Árvores boas dão bons frutos - afirmou.
O parlamentar disse ainda se sentir enganado pelo presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, por ter acreditado que o PT era formado por homens sérios, honestos e éticos. Mão Santa lembrou que, após 15 anos de poder, Getúlio Vargas deixou a Presidência sem possuir sequer uma geladeira. Complementou que, à mesma época, seu avó, empresário do Piauí, já possuía três.
- Lula está muito bem, sairá da Presidência com uma boa aposentadoria - disse.
Em aparte, o senador Roberto Saturnino (PT-RJ), autor de um livro bibliográfico sobre Getúlio Vargas, disse que o ex-presidente também foi, à época, acusado de corrupção, lembrando que a expressão "mar de lama" surgiu com o jornalista Carlos Lacerda, um dos principais opositores de Vargas. Para Saturnino, só o tempo foi capaz de demonstrar à população que a imprensa estava enganada a respeito de Vargas.
Mão Santa também comemorou a concessão do Prêmio Nobel da Paz a Muhammad Yunus, do Grameen Bank, de Bangladesh, considerado o pai do microcrédito em longo prazo às pessoas pobres, principalmente mulheres.
- É uma pena que o Brasil não tenha seguido esse exemplo. Ao contrário, o PT trouxe ao país o empréstimo consignado em folha, uma das maiores desgraças que já pegou os funcionários públicos, principalmente os aposentados, vítimas de uma propaganda enganosa de juro de 3% ao mês, o que significa mais de 40% ao ano. É muito alto - disse.16/10/2006
Agência Senado
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