Mão Santa vê equívoco no Programa de Saúde da Família
O senador Mão Santa (PMDB-PI) classificou como -um equívoco- o Programa de Saúde da Família, criado em 1994 pelo Ministério da Saúde. Segundo disse o senador nesta segunda-feira (2), enquanto o Sistema Único de Saúde (SUS) está sendo sucateado, o Saúde da Família tem oferecido tantos atrativos aos prefeitos que o número de equipes ligadas ao programa cresceu, em nove anos, de 328 para 17 mil. Os salários oferecidos aos médicos são superiores aos pagos pelo SUS, apesar do vínculo de trabalho precário, explicou. - Como se sabe, a grande maioria destes profissionais é contratada, em caráter precário, por prefeituras e, pior, organizações não-governamentais às quais o poder público repassa recursos para remunerá-los. A implantação do Programa de Saúde da Família tem ignorado o papel importante que as entidades médicas podem e devem desempenhar na condição de parceiras naturais para a qualificação requerida das políticas públicas adotadas no país - acrescentou. O senador afirmou que os principais equívocos do programa são a confusão doutrinária no tocante ao seu significado; a precariedade do vínculo de trabalho dos profissionais; a excessiva simplificação da atenção primária; a atuação concorrencial com as unidades de saúde do SUS e o pouco rigor nos critérios de admissão de profissionais médicos. Segundo ele, o programa deveria ser uma força auxiliar ao SUS, mas hoje está substituindo as unidades de saúde em funcionamento. Além disso, a simplificação está deixando de levar a especialização médica a quem precisa. -A Inglaterra fugiu desse programa porque viu um retrocesso na área da pediatria-, disse.
Mão Santa lembrou ainda que a Organização Mundial da Saúde (OMS) define a saúde completa como bem-estar físico, mental e social. -Por isso temos tantos médicos na política-, afirmou. Ele disse que combater a miséria e a fome é promover saúde e defendeu um forte política de saneamento básico como forma de prevenção de endemias.
02/06/2003
Agência Senado
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