Marcelo Crivella critica abordagem policial em favelas do Rio de Janeiro
O senador Marcelo Crivella (PRB-RJ) condenou, nesta segunda-feira (8), os tiroteios entre a polícia e os traficantes que ocupam comunidades carentes no Rio de Janeiro (RJ). Apesar de manifestar "ódio e nojo" ao narcotráfico e de reconhecer o esforço da polícia carioca, o senador repudiou a forma em que se dá a repressão ao crime, que, a seu ver, prejudica os moradores locais e não contribui para a redução da criminalidade.
- Promover tiroteio de fuzil aonde moram pessoas, matando crianças e inocentes, é uma insensatez. Não é assim que vamos vencer essa guerra, não é na marcha da insensatez, 'monstrificando' a força policial, com seus dirigentes tomados pela própria arrogância, se tornando insensíveis a todos os apelos da razão - afirmou, mencionando a morte, na semana passada, de um rapaz inocente no morro da Mangueira.
Crivella - que salientou representar, como parlamentar, mais de 3,2 milhões de eleitores - disse que a policia deve atuar em ações de inteligência como forma de deter a ação dos traficantes.
- Prendemos os assassinos de Tim Lopes sem dar um único tiro, quando era governadora a senadora Benedita da Silva - afirmou, referindo-se ao jornalista da TV Globo que foi morto por traficantes do Rio de Janeiro em 2002.
A participação das Forças Armadas no combate ao narcotráfico também foi defendida por Crivella. O senador lembrou que lei oriunda de um projeto seu dá poder de policia para que o Exército, Marinha e Aeronáutica atuem onde estão os grandes exportadores, organizadores e financiadores do tráfico.
- Podemos cercar as fronteiras brasileiras. No morro, está o peixe pequeno. O peixe grande está nas fronteiras do Peru, Colômbia e Bolívia, onde se produzem 95% da cocaína do mundo. Que as Forças Armadas assumam seu papel de defender a nossa soberania e evitar que tantas armas e cocaína entrem para infernizar as grandes cidades, sobretudo as famílias mais pobres - concluiu.
08/06/2009
Agência Senado
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