Marco Maciel defende reforma para recuperar confiança da sociedade nas instituições
O senador Marco Maciel (PFL-PE) defendeu nesta segunda-feira (26) uma reforma das instituições sociais que reaproxime o público do privado. Para ele, é preciso eliminar os "péssimos hábitos da vida pública que se repetem na vida privada" para tentar recuperar o respeito e a confiança da sociedade nas instituições políticas e nos poderes do Estado.
- Enquanto não restaurarmos o velho e esquecido princípio jurídico de que, na vida privada, tudo o que não é proibido é permitido, e de que, na vida pública, é proibido tudo o que não é explicitamente permitido, não vamos conseguir consolidar a confiança nas instituições, que, diferentemente da transitoriedade dos governos, são permanentes - disse.
Marco Maciel disse que os conflitos que separam os cidadãos - e que são provenientes das dificuldades enfrentadas por todos na vida cotidiana - são resultado da falta de cultura cívica nas escolas, "que somente ensinam, mas não educam". O senador alertou para o risco que correm instituições como lei e justiça, ordem e responsabilidade coletiva, com a perda de confiança das pessoas na eficiência das demais instituições.
- Espetáculos que emulam a paixão coletiva das torcidas nos estádios de futebol, aqui como em alguns outros países, terminaram se transformando em cenários para exibição de gladiadores capazes de cenas dantescas de agressão e dos piores instintos de agressividade insana - frisou.
Para Marco Maciel, o resultado é a repetição, no plano individual, das carências que podem ser observadas nas ações coletivas das multidões, como as chacinas, o abuso da força, o império da violência pela certeza da impunidade e de sinais cada vez mais visíveis de desvios de conduta de quem age inspirado pelos padrões das multidões desregradas.
A solução, apontou o senador, estaria na eliminação dos "péssimos hábitos" da vida pública que se repetem na vida privada, como o descumprimento de horários, a incontinência verbal, o uso abusivo de jargões que degradam o sentido da autoridade e a utilização desmesurada dos infinitos recursos judiciais para se livrar das obrigações.
- Sem reformar as instituições sociais, o país corre o risco de se tornar cada vez mais violento e a sociedade perder suas valiosas referências - concluiu.
26/06/2006
Agência Senado
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