Marcon propõe debate sobre plantio e comercialização do milho
O deputado Dionilso Marcon (PT) entregou ao presidente da Comissão de Agricultura e Cooperativismo, Frederico Antunes (PPB), sugestão de pauta da bancada do PT para ser discutida no decorrer do ano. O documento subscrito pelos três deputados petistas que integram a comissão – Marcon, Elvino Bohn Gass e Ivar Pavan – apresenta 17 assuntos, relacionados aos efeitos da globalização na agricultura brasileira.
Entre os temas elencados pelos petistas, está o plantio e a comercialização do milho. Segundo Marcon, a intenção é mobilizar os setores envolvidos para pressionar o governo federal a ampliar o alcance das medidas visando a contenção a queda do preço do produto – aquisição através de leilões, estoque e financiamento para a comercialização. “Os mecanismos adotados pelo Ministério da Agricultura não abrangem os pequenos, em função da exigência de escala produção. Queremos que os pequenos produtores também sejam contemplados”, anuncia.
O parlamentar lembra que, segundo levantamento do Ministério da Agricultura, o preço do milho no Rio Grande do Sul caiu, no último ano, de R$ 12,10 para R$ 7,60 (saca de 60 kg). “Em alguns estados, como Paraná e Goiás, o produto já está sendo comercializado abaixo do preço mínimo. Precisamos evitar que isto aconteça também aqui”, alerta.
Marcon a argumenta que a produção local foi prejudicada pela política equivocada do governo federal, responsável por importação recorde de milho no ano passado, muito superior as necessidades do mercado brasileiro. Na avaliação do deputado, a expectativa de crescimento da produção brasileira e o grande estoque do produto forçam a queda do preço. “Quando o agricultor brasileiro tem o milho para vender, o preço está lá embaixo, porque o governo federal encheu os armazéns de estocagem com milho importado”, protesta.
O petista quer que o tema tenha prioridade na Comissão de Agricultura e Cooperativismo da Assembléia. “É preciso rapidez para evitar mais prejuízo para os agricultores, especialmente os pequenos que não tem qualquer proteção contra a concorrência dos produtos estrangeiros”, conclui, defendendo o empenho do conjunto da Assembléia Legislativa gaúcha para garantir ampliação do alcance das medidas do governo voltadas ao plantio e à comercialização do produto.
03/12/2001
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