MARINA DIZ QUE AS FITAS DIVULGADAS NÃO SÃO INVENÇÃO DA OPOSIÇÃO



"Os fatos relatados pela oposição não são fruto de sua inventividade", afirmou nesta quarta-feira (dia 26) a senadora Marina Silva (PT-AC), líder do Bloco Oposição, ao considerar injusta a alegação do governo e dos partidos que o apóiam de que a imprensa e a oposição fizeram sensacionalismo com as fitas que revelam conversas de autoridades públicas concernentes ao leilão do sistema Telebrás. A senadora sustentou que nem a imprensa nem a oposição criaram um dolo para difamar figuras do governo. "São fatos consistentes no conteúdo de fitas gravadas e nada anula o que ali está dito", disse ela, anunciando que o PT, juntamente com as demais lideranças interessadas na CPI, está discutindo o encaminhamento dessa comissão de inquérito, por entender que esse é o melhor instrumento para passar o país a limpo. No caso do sistema Telebrás, disse Marina Silva, o governo utilizou-se de recursos públicos para ajudar no processo de privatização, fazendo o que ela denominou de "privatização estatizada". Ela explicou que, ao colher assinaturas para a criação de uma CPI, o que a oposição está fazendo é lançar mão de um instrumento legítimo, criado pela Constituição de 1988, para investigar irregularidades.Ela defendeu uma CPI mista, observando que, se houver inocentes, que sejam inocentados, e que, se houver culpados, que sejam punidos. Também comentou que o conteúdo das conversas trazidas a pública revelam linguagem pouco adequada a um processo de privatização que deveria acontecer dentro da mais absoluta lisura. Marina Silva também referiu-se a nota divulgada pela Executiva do PFL, a qual trata os interessados na CPI como parlamentares insatisfeitos por terem sido derrotados e que não perdem a oportunidade de criar episódios para levar o governo ao desgaste. Também referiu-se à entrevista em que o presidente da República disse que, a todo momento, estão expondo as tripas do Brasil. "Não haveria nenhum problema se as vísceras do Brasil ficassem expostas, desde que isso não resultasse em cheiro desagradável", afirmou Marina Silva. Ela foi aparteada pelos senadores Heloísa Helena (PT-AL), Tião Viana (PT-AC), Eduardo Suplicy (PT-SP) e Geraldo Cândido (PT-RJ). Todos repudiaram a nota da Executiva do PFL.

26/05/1999

Agência Senado


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