Viana: aliança entre Marina e Campos é símbolo de como oposição está perdida
Em discurso nesta sexta-feira (11), o senador Jorge Viana (PT-AC) afirmou que a união da ex-senadora Marina Silva com o governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB) para as eleições de 2014 é o maior símbolo de como a oposição brasileira está perdida.
A afirmação foi feita por ele em entrevista que concedeu ao jornal Valor Econômico esta semana sobre o novo cenário político com a entrada de Marina no PSB.
– É a demonstração real do fracasso das oposições no país. Estão há 13 anos fora do governo, e não têm projeto, programa e candidato, porque passaram 13 anos tentando por defeito no que o PT ia tentar fazer ou fazia – disse.
Tiro de misericórdia
Jorge Viana destacou e comentou respostas que deu durante a entrevista. Em uma delas, ele lembrou que Campos e Marina foram ministros do governo do PT e ajudaram a construir o atual governo. Para o senador, "eles têm o direito de se colocar como alternativa, mas a construção dessa alternativa, que alguns chamam de terceira via, é a prova, é um tiro de misericórdia nas oposições".
Viana afirmou que os eleitores atualmente estão buscando novos partidos, com propostas diferentes, mas parecidos com o PT – surgidos de movimentos populares, com representação social – e admitiu que a Rede Sustentabilidade trilha esse caminho, que considera correto. Entretanto, na opinião do parlamentar, não significa que haverá transferência imediata de votos dos eleitores de Marina para Campos com a união deles.
- Uma parcela grande desses eleitores vai estar conosco caso ela não seja candidata – observou.
Cão de guarda
O senador também criticou os que querem “vestir o pijama” no ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Na opinião de Viana, Lula ainda está em pleno vigor e é o mais experiente político em atividade no país, uma espécie de “cão de guarda” do governo. Por isso, avalia que seja natural a presidente Dilma Rousseff ter com ele uma relação permanente. Jorge Viana contou que o ex-presidente e Dilma Rousseff se encontram uma vez por mês e, dependendo do cenário político, até duas vezes por mês, "para o nervosismo daqueles que querem Lula longe da política e do debate sobre os destinos do País". Essa é uma atitude pedagógica que deveria ser reproduzida na política brasileira, nos estados, segundo o senador, que comentou a resposta que deu na entrevista sobre a interferência do ex-presidente em relação ao atual governo.
– Ninguém pode pegar um líder como o Lula, que é um ‘Pelé da política’... usei essa figura do Pelé porque Pelé só existe um...e deixar no banco de reserva. É como se houvesse uma disputa da Copa do Mundo, uma decisão importante, e o Pelé, com 28 anos, ficar na reserva, não participar de nada – avaliou.
Em aparte, o senador Cristovam Buarque (PDT-DF) afirmou não haver vitória maior do que a possibilidade de "alternância de poder com uma proposta que saiu de dentro do governo, mas não é a mesma, que seja capaz de dar oxigênio novo ao esgotamento natural de toda força que está no poder".
11/10/2013
Agência Senado
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