MARINA SILVA DIVULGA PESQUISA SOBRE A POBREZA



Ser pobre é não ter paz, não ter felicidade e sentir fome. Essa foi a definição dada pela maioria das 60 mil pessoas que vivem com menos de US$ 1 por dia, entrevistadas para pesquisa do Banco Mundial, em 50 países. Os dados foram divulgados no Plenário, nesta quarta-feira (dia 31), pela senadora Marina Silva (PT-AC). Segundo o Banco Mundial, um total de 2 bilhões de pessoas vivem nessas condições no mundo, sendo 43 milhões no Brasil.A pesquisa foi apresentada na terça-feira (dia 30) em evento, do qual a senadora participou, promovido pelo Banco Mundial. Segundo Marina, o objetivo da pesquisa é dar voz aos pobres e questionar às próprias pessoas como lidam com a situação. "O resultado da pesquisa traz à tona a dor psicológica, os medos, fragilidades emocionais e a forma como as pessoas se adaptam a eles", afirmou Marina Silva. Entre os principais pontos apontados pelos entrevistados e citados pela senadora estão a desigualdade na distribuição do poder e da voz; a não contestação do poder por medo de arriscar-se, e a experiência permanente do insulto, da rejeição e da humilhação como rotina de vida. Para os entrevistados as instituições mais importantes são as religiosas, as não governamentais, os serviços de saúde e educação e as prefeituras. No Brasil, as instituições mais importantes apontadas, divulgou a senadora, foram a igreja católica e as associações de bairro. A pesquisa indica ainda que o único patrimônio do pobre é o próprio corpo, na opinião dos entrevistados, portanto a maior preocupação das pessoas é com sua segurança pessoal e saúde. "E são pessoas completamente expostas à criminalidade", destacou a senadora. Marina Silva destacou a importância de relacionar-se essas informações, que tratam apenas do fenômeno e não de suas causas, com as políticas e ações governamentais que as geram. A senadora defendeu a necessidade de os países em desenvolvimento terem políticas voltadas para a inclusão social. Marina defendeu ainda proposta do ex-governador do Distrito Federal, Cristovam Buarque, de que os países em desenvolvimento troquem parte de suas dívidas externas por programas de bolsa escola. "Assim combateremos a pobreza do futuro", disse.

31/05/2000

Agência Senado


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