MARINA SILVA VÊ COM PREOCUAPÇÃO POSSÍVEIS VETOS À LEI AMBIENTAL



A possibilidade de a lei ambiental aprovada pelo Congresso sofrer vetos do presidente da República em "dispositivos considerados importantes" para evitar o desflorestamento da Amazônia, preocupa a senadora Marina Silva (PT-AC), que abordou o assunto hoje (dia 6) na tribuna do Senado. Ela citou possibilidade já cogitada de que "uma série de pontos negociados", como as questões da exportação de produtos tóxicos para o Brasil, da responsabilidade objetiva e da pessoa jurídica, venham a ser vetados.

Marina Silva mencionou artigo que escreveu para a Folha de S. Paulo do dia 2 deste mês, em que analisa os dados de desmatamento divulgados pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) e aponta perdas importantes no texto aprovado pela Câmara, em relação à redação adotada originalmente pelo Senado.

Ressalvando que "fez uma crítica respeitosa e não a crítica pela crítica", a senadora, que foi relatora do projeto quando tramitou no Senado, lamentou que o governo - "ou pessoas que falavam em nome do governo" - tenha cedido em pontos que eram fundamentais.

Marina refutou críticas que lhe foram dirigidas pelo ministro do Meio Ambiente, Gustavo Krause, na edição de ontem (dia 5) da mesma Folha de S. Paulo, em resposta ao artigo assinado por ela. A senadora afirmou que uma frase do seu texto foi usada para lançar desaforos à Oposição afirmando que esta não tem proposta e que "torce pelo pior".

Relatando vários encontros mantidos com o presidente Fernando Henrique Cardoso - que tem recebido sempre com a devida atenção as suas reivindicações, segundo informou - Marina disse que, como integrante da Oposição, ela tem procurado apresentar sugestões em vez de simples críticas. Comentou que o ministro deveria lembrar-se que várias proposições na área ambiental, incluindo a que criou o programa extrativista Prodex, são de sua autoria e de parlamentares oposicionistas, embora o governo reivindique para si a autoria do projeto.

- Não me recuso, tenho o maior prazer em poder contribuir com as boas idéias, porque essa postura da política mesquinha, de ficar brigando pela autoria das coisas, não faz parte mais dos novos tempos da política - afirmou, ponderando que apenas trazia essas questões porque estranhava a "freseologia" usado pelo ministro ao referir-se a ela.

Marina quis informar ao ministro que o projeto que regulamenta o acesso aos recursos da biodiversidade - que Krause apontara, em entrevista à Gazeta Mecantil, como um dos mais importantes depois da Lei de Patentes, segundo relatou - "é de autoria da senadora Marina Silva, que 'sobe nas tamancas e fica raivosa', postura que nenhum dos senadores me viu assumir."

06/02/1998

Agência Senado


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