Marinor Brito diz que PR deve assinar CPI e mostrar que não participou de escândalo




A senadora Marinor Brito (PSOL-PA) sugeriu em Plenário que os sete integrantes do Partido da República (PR) deem uma demonstração clara de que não têm participação no escândalo de corrupção no Ministério dos Transportes, assinando o requerimento para criação de uma comissão parlamentar de inquérito (CPI) para investigar as denúncias de irregularidades.

Marinor propôs também que o ex-ministro e atual senador Alfredo Nascimento (PR-AM), que ocupou a tribuna nesta terça-feira (3) para se defender das acusações a ele imputadas não compactue com a "operação abafa" do governo Dilma Rousseff. Segundo Marinor, o governo aceitou o pronunciamento de Nascimento, porém, teria "imposto limites" ao que ele poderia dizer.

A senadora disse que o pronunciamento de Alfredo Nascimento "pouco esclareceu". Nascimento alegou, afirmou a senadora, que os problemas teriam ocorrido no período em que ele se encontrava fora do ministério.

- Seria ingenuidade considerar que tão azeitado esquema de corrupção tenha começado justamente na breve ausência do senador da titularidade da pasta, local que ocupa desde o início do governo Lula, tendo se afastado apenas para as disputas eleitorais. A extensão do esquema de corrupção é implicitamente assumida pelo governo ao exonerar [os ocupantes de] mais de vinte cargos comissionados da área do transporte - afirmou.

Para Marinor, somente uma CPI que proporcione a abertura de sigilos bancário, telefônico e fiscal e que possibilite o cruzamento de doações de campanhas eleitorais de parlamentares do PR poderá indicar se, por exemplo, o deputado Valdemar da Costa Neto, secretário do partido, tem envolvimento no esquema de pagamento de propina e quem são os reais envolvidos no escândalo.

- Apesar de crucificado por fatos não cometidos por ele [Nascimento], a fidelidade ao governo permaneceria intacta. Quanta generosidade de alguém execrado por uma operação provavelmente orquestrada no próprio Palácio do Planalto - ironizou.



03/08/2011

Agência Senado


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