Mário Couto alerta para possíveis irregularidades em verbas para a Copa de 2014



O senador Mário Couto (PSDB-PA) cobrou do governo nesta quarta-feira (23) a utilização de "dois pesos e duas medidas" para liberação de recursos: para ele, enquanto o reajuste dos aposentados, de 7,7%, saiu com grande dificuldade, o dinheiro para a Copa do Mundo de 2014 é liberado facilmente. Ele mencionou a notícia de que Ricardo Teixeira, presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) gerenciará recursos da ordem de R$ 1,3 bilhão para atender às obras necessárias à organização da Copa de 2014, por ser um dos sócios do Comitê Organizador Local.

- Todo dinheiro que entrar ali é do Ricardo Teixeira. E ele é muito sabido. É por isso que não tem dinheiro para pagar os aposentados nesse país. Presidente Lula, o ministério [dos Esportes] tem corrupção e põe o Ricardo Teixeira para administrar já entraram nos cofres mais de um bilhão - denunciou, ao acusar o presidente da CBF de "ladrão".

Dnit

Da mesma forma, o parlamentar mencionou outras notícias divulgadas no jornal O Globo, edição de agosto de 2010, no qual o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) é apontado em auditoria do Tribunal de Contas da União (TCU) de apresentar irregularidades a cada duas semanas. A segunda notícia sobre o Dnit, publicada no site de notícias Lance, dizia que o superintendente do órgão no Pará foi flagrado pela Receita Federal com R$ 70 mil no bolso.

O senador mencionou as irregularidades no Dnit para sustentar sua tese de que, no Senado, mesmo tendo à disposição o instrumento das comissões parlamentares de inquérito (CPIs), o governo, por ter maioria nas duas Casas, consegue fazer com que os relatórios finais daquelas que conseguem ir até o fim das apurações sejam favoráveis ao governo e não condenem os responsáveis por irregularidades e corrupção.

De acordo com Mário Couto, esse foi o caso da CPI do Dnit, criada a seu pedido no Senado, e que apesar de o senador ter conseguido as 37 assinaturas necessárias para criá-la, não conseguiu avançar. A retirada de assinaturas fez com que o requerimento para sua criação fosse arquivado em março de 2009.

- Quantas denúncias fiz, quantas CPIs foram abertas, quantas vezes vi relatórios rasgados e jogados fora, [por] ordem do presidente [Lula], dos seus servos e subordinados que estão aqui atrás de cargos públicos, que só sabem fazer política na situação - criticou.



24/11/2010

Agência Senado


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