Marisa Serrano cobra do governo mais energia e ideias como saída para a crise



A senadora Marisa Serrano criticou nesta quarta-feira (11) a lentidão com que o governo brasileiro vem agindo em face da crise econômica que abala o mundo. Lembrando que fez alertas sobre os acontecimentos internacionais ainda em dezembro do ano passado, a parlamentar lamenta que o governo não esteja transformando a crise em oportunidade.

Marisa Serrano diz que a recusa do presidente Luiz Inácio Lula da Silva em reconhecer a gravidade do choque de crédito nos mercados internacionais desfez-se agora com a divulgação da "queda brutal", de 3,6% no Produto Interno Bruto (PIB) no quarto trimestre de 2008, em relação ao terceiro. Em face desse resultado, teme-se que o país não cresça em 2009 e eventualmente encare uma recessão, ou seja, tenha perda líquida de produto ou riquezas.

- Essa é a história da 'marolinha'. A minha pergunta, é: quem vai dar o rumo para o Brasil? Alguém tem que dar. Precisamos de liderança - disse a senadora recordando o termo utilizado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, no início da crise, para designar seus efeitos sobre o Brasil, enquanto muitos países eram devastados por um "tsunami" financeiro.

De acordo com a senadora, a "marolinha" imaginada por Lula está se mostrando danosa para as empresas e igualmente para os trabalhadores, que vêm perdendo seus empregos e diminuindo o consumo familiar.

- O governo vendeu o sonho de que era para todo mundo comprar. Comprem! Gastem! Invistam! E agora? O pequeno empresário não tem mais crédito; o grande, também não. O governo está intervindo pontualmente. É esse o caminho? - perguntou Marisa Serrano, antes de observar que seu partido propôs a criação de um gabinete da crise, onde se fizesse um exame profundo das medidas anticíclicas, isto é, destinadas a reverter o atual ciclo econômico.

Usando com alegoria a fábula da cigarra e da formiga, escrita pelo francês La Fontaine, a senadora condenou a atitude sonhadora e a pouca disposição do governo para conter gastos como a criação de embaixadas em países de menor expressão e novos ministérios.

- Gente, dar dinheiro para invasor de terra agora? Neste momento? Criar mais ministério? Gente, eu adoraria ter o ministério da mulher - eu acho que nós merecemos isso - mas não neste momento. Pensar em aumento de salário agora? Essas são as minhas angústias e eu as quero dividir com todos os brasileiros - protestou a parlamentar.

Marisa Serrano mencionou uma série de ações que podem ser discutidas, do ponto de vista global e setorial, como a redução de tributos e o corte nas taxas de juros. O discurso dela recebeu apoio dos senadores Papaléo Paes (PSDB-AP), Mário Couto (PSDB-PA) e Adelmir Santana (DEM-DF).



11/03/2009

Agência Senado


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