Marisa Serrano cobra que governo deixe a retórica e comece a trabalhar pela melhoria da educação
Como professora e defensora de um ensino de qualidade, a senadora Marisa Serrano (PSDB-MS) disse que ficou surpresa e feliz quando a presidente Dilma Rousseff discursou que o Brasil só progrediria melhorando a educação. A parlamentar ocupou a tribuna do Plenário para cobrar que o governo vá além da retórica e passe a atuar para modificar números como apurado pelo Ipea: 14,1 milhões de pessoas acima de 15 anos não sabem ler nem escrever.
Na avaliação da senadora pelo Mato Grosso do Sul, a criação do Programa Nacional de Acesso à Escola Técnica (Pronatec), a implantação do Plano Nacional de Banda Larga e a adoção de medidas para corrigir falhas registradas no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) e no Sistema de Seleção Unificada (Sisu), anunciadas pela presidente Dilma, são insuficientes para resolver os problemas que a educação do país enfrenta.
- Difícil acreditar em tanta evolução na educação, como disse a presidente Dilma, sem acenar para ações concretas. No mesmo dia, a equipe econômica do governo anunciou corte de R$ 1 bilhão no orçamento do Ministério da Educação - afirmou Marisa Serrano.
A senadora tucana observou que, diferente da propaganda e do marketing eleitoral exibido o ano passado, o governo Luiz Inácio Lula da Silva conquistou poucos avanços em áreas-chave como educação, saúde, saneamento, segurança e infraestrutura. No caso da educação, Marisa Serrano declarou que foi fantasioso o balanço apresentado pelo então presidente ao final do ano passado, apresentando melhorias na qualidade de ensino.
Os problemas ocorridos no Enem, a redução no número de matrículas no ensino médio e na Educação de Jovens e Adultos (EJA), a evasão e a repetência, segundo a senadora Marisa, sequer foram mencionados. Marisa citou como exemplo de dado "esquecido" o divulgado pelo Censo Escolar: em 2003 o Brasil tinha 9,1 milhões de jovens no ensino médio. Em 2009 esse número havia caído para 7,9 milhões.
Marisa Serrano opinou que o Brasil tem que enfrentar muitos desafios, como a erradicação do analfabetismo. Citando o Ipea, a senadora informou que 14,1 milhões de pessoas acima dos 15 anos não sabem ler nem escrever. O percentual de analfabetos funcionais chega a 10,7% da população. Entre os beneficiários do Bolsa-Família com mais de 25 anos, acrescentou, 82% não completou o ensino fundamental e 16,7% se declaram analfabetos.
- Como podemos esperar que essas pessoas saiam da situação de pobreza extrema se elas não têm uma capacitação mínima para conseguir um trabalho? - indagou a senadora.
14/02/2011
Agência Senado
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