Marisa Serrano defende mínimo de R$ 600 e o direito ao debate




A senadora Marisa Serrano (PSDB-MS) defendeu nesta segunda-feira (21) a proposta do seu partido de um salário mínimo de R$ 600. Ela lembrou que até o final do ano passado a propaganda oficial do governo petista era "vamos gastar e consumir à vontade porque a política de ganhos reais de salário vai permanecer" e lamentou que, na hora do ajuste fiscal, a conta tenha sido enviada mais uma vez para os trabalhadores.

- Mais uma vez debitam-se nas costas dos trabalhadores os erros cometidos no passado. A proposta do governo deestabelecer o salário mínimo em R$ 545 é a velha lógica de jogar nas costas dos mais fracos o ajuste das contas públicas. Esse descontrole é consequência da irresponsabilidade e da imprevidência daqueles que tinham como meta vencer eleições a qualquer preço - afirmou.

Marisa Serrano assinalou que o salário mínimo proposto pelo governo terá uma defasagem de valor em relação à inflação de 1,3% no momento em que chegar às mãos do trabalhador. Diante disso, ela afirmou que o governo não poderá sustentar o discurso de que está fazendo uma política de combate à pobreza.

- Não se trata apenas de uma contradição, mas de uma perversidade inominável com os trabalhadores e aposentados. É mais fácil cortar dos trabalhadores do que ir ao cerne da questão, reduzindo mordomias, cargos comissionados, gastos abusivos de custeio, despesas inúteis de uma estrutura administrativa pesada e ineficiente, além de tantas outras despesas que fazem parte do dia a dia do governo - afirmou a senadora.

Marisa Serrano lembrou que, no Brasil, 47 milhões de aposentados e trabalhadores da ativa recebem salário mínimo. Os aposentados e pensionistas abrigados na Previdência Social que recebem o mínimo totalizam 18,7 milhões. Ela disse que os dados demonstram que o assunto é de extrema importância para ser decidido exclusivamente pelo Poder Executivo.

A parlamentar entende que abdicar do direito constitucional de legislar sobre a política do salário mínimo seria o mesmo que ajoelhar diante da vontade arbitrária da Presidência da República, quebrando uma regra clara que sustenta a democracia. Ela disse que o Congresso Nacional não poderá jamais abrir mão de debater e aprovar a política do salário mínimo, pois estaria cedendo perigosamente a favor do autoritarismo.

O senador Aloysio Nunes (PSDB-SP) disse, em aparte, que a sequência de aumentos do salário mínimo acima da inflação nos governos FHC e Lula foi rompida pela primeira vez em 16 anos. Se for aprovado o valor de R$ 545, o salário mínimo terá um reajuste abaixo da inflação.

O senador Alvaro Dias (PSDB-PR) defendeu o direito dos parlamentares debaterem o salário mínimo no lugar de dar um cheque em branco ao governo. O senador Cícero Lucena (PSDB-PB) perguntou como estará se sentindo quem acreditou e votou no PT. A senadora Lúcia Vânia (PSDB-GO) concordou com Marisa.



21/02/2011

Agência Senado


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