Marisa Serrano destaca pontos positivos e negativos da CPI dos Cartões
Nesta quinta-feira (5), após ter encerrado a última reunião da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito dos Cartões Corporativos, a presidente da comissão, senadora Marisa Serrano (PSDB-MS), afirmou em entrevista que sai da CPI Mista "com sentimentos divididos". Do ponto de vista positivo, disse ter certeza de que o governo federal e também governos estaduais e municipais passaram a ter mais cuidados com os suprimentos de fundo - cartões corporativos e contas tipo B. Para a senadora, o maior ponto negativo da comissão foi a dificuldade para aprofundar as investigações.
- Saio um pouco decepcionada com a incompreensão de alguns deputados e senadores para com a eficácia da CPMI. Mas vou levar daqui pelo menos a garantia do dever cumprido. Cabe à consciência de cada um [avaliar] que tipo de trabalho prestou e que tipo de resposta deu à sociedade - afirmou.
Marisa Serrano afirmou que talvez os parlamentares da comissão devessem ter pensado mais na "função pedagógica" e no exemplo que o Congresso Nacional estava dando à sociedade.
- Espero que a sociedade tenha uma visão positiva desta Casa. Mas deixamos essa oportunidade passar, não usamos a CPMI para mostrar à sociedade que ela pode confiar no Congresso, que esta Casa tem obrigação de dar respostas quanto ao uso do dinheiro público - afirmou.
Para a senadora, no entanto, não houve vencedores nem vencidos. Se houve alguém derrotado, acredita, foi a esperança de uma parcela grande da sociedade brasileira, representada nos milhares de e-mails que recebeu ao longo dos três meses de funcionamento da comissão.
- Para o bem e para o mal, serviu de lição a todos. Todos aprendemos algo. Mas talvez a sociedade saia com um pouco de sabor amargo - afirmou.
Marisa Serrano disse ainda que agora as investigações sobre uso irregular de cartão corporativo ficam a cargo do Ministério Público e da Polícia Federal. A senadora não afastou a possibilidade de que seja criada uma nova comissão parlamentar de inquérito para que sejam investigadas as denúncias da ex-diretora da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) Denise Abreu de que a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, teria praticado tráfico de influência para favorecer os compradores da Varig e da VarigLog.
Pizza
O líder do PSDB, senador Arthur Virgílio (AM), considerou que a CPI Mista acabou em uma "clara pizza", à revelia do caráter da presidente, Marisa Serrano, e de parlamentares da oposição.
- Pela argumentação do relator (de que as investigações devem ficar a cargo do Ministério Público e da Polícia Federal), não se faria mais CPI nenhuma. Houve uma montagem da tropa de choque para não aprofundarmos a busca da verdade - acredita Arthur Virgílio.
O senador também concordou que é possível que seja criada uma nova CPI para investigar as denúncias de Denise Abreu, mas garantiu que desta vez deverá ser uma comissão apenas de senadores.
- Nesta legislatura não se faz mais CPI mista - garantiu.
05/06/2008
Agência Senado
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