Matéria retificada: Renan propõe reunião de Poderes para evitar crise



O presidente do Senado, Renan Calheiros, está trabalhando para a realização de um encontro entre os chefes de Poderes para sanar qualquer dificuldade institucional capaz de gerar crise. Ao chegar ao Senado, na manhã da última sexta-feira (09), ele anunciou que está em contato com os chefes do Poder Executivo e do Judiciário para a construção desse acordo em favor dos interesses do Brasil.

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- Nós vamos tentar fazer um acordo de chefes de Poderes para minimizar qualquer conseqüência que houver em relação à dificuldade institucionalno relacionamento. Minimizar essas tensões que são democráticas, que são naturais, mas que não podem acabar em crise política, em crise institucional. E vamos marcar um encontro com o presidente da Câmara para que possamos fazer um esforço para tratar de uma agenda comum, de interesse do país; não do governo, mas do país - ressaltou Renan.

Ele disse que está em contato com o presidente da Câmara, Arlindo Chinaglia, e que conversou por telefone com a presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministra Ellen Gracie, para organizar esse encontro destinado a fazer com que os três Poderes discutam os problemas nacionais.

- Essa coisa de tensão entre os Poderes, sobretudo entre o Legislativo e o Judiciário, não é da tradição da política nacional; precisamos minimizar isso e buscar a convergência, tratar dos interesses do Brasil. Tudo que o Brasil não quer é uma crise institucional, é uma dificuldade na relação - enfatizou.

Na mesma entrevista, Renan disse que não tem priorizado a discussão sobre diferenças salariais entre os integrantes dos três Poderes. E observou que "essas discussões menores não interessam à sociedade". Em sua opinião, o que a população quer é o crescimento do Brasil, é melhorar sua condição de vida e fazer o país evoluir historicamente.

- Eu acho que precisamos ter um encontro o mais rapidamente possível para tratar daquilo que efetivamente é interesse nacional. E deixarmos de lado essas questões menores, porque são questões que dividem. Devemos conversar, dar continuidade a essa interlocução, a essa relação que sempre foi de independência, mas de muita harmonia. Acho que temos que corporificar cada vez mais isso. O aperfeiçoamento institucional que o Brasil quer precisa desse diálogo e nós estamos dispostos a realizá-lo - garantiu o presidente do Senado.

Renan também explicou que, ao contrário da Câmara, que realizará um esforço concentrado para votar matérias na próxima semana, o Senado não precisa disso, porque não tem excesso de projetos na pauta. Disse que a Casa trabalhará normalmente, até porque já votou todos as iniciativas que precisavam ser votadas. E reafirmou que realizará, na próxima semana, uma reunião de líderes destinada a definir um calendário de votação para os próximos 100 dias.

Indagado por jornalistas sobre um projeto de reforma política que o ministro das Relações Institucionais e a Ordem dos Advogados do Brasil pretendem enviar ao Legislativo, Renan disse que o Parlamento está aberto à discussão da matéria.

- Nós precisamos mudar esse sistema político eleitoral que apodreceu no Brasil. O Senado, há mais de três anos, votou uma reforma política de fôlego, com lista partidária, com fim de coligação, com financiamento público de campanhas, com cláusula de desempenho. Temos que retomar essa discussão - defendeu.



09/02/2007

Agência Senado


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