Mauro Miranda defende volta do financiamento de imóveis para quem ganha acima de R$ 2 mil
- Os que têm dinheiro compram à vista ou com parcelamento a juros menores; os que dispõem de renda maior recorrem aos empréstimos em bancos privados, porque podem suportar prazo de financiamento menor e prestações mais altas; os mais pobres, não, só podem contar mesmo com o crédito da Caixa, que tem as condições mais favoráveis, com prazo estendido até 20 anos - afirmou Mauro Miranda.
Com o fim do financiamento para quem recebe salário acima de R$ 2 mil por mês, o senador por Goiás acredita que os preços de venda e de aluguel dos imóveis ficarão mais caros. Ele explicou que a menor oferta de crédito no mercado para financiar a compra de casas e apartamentos encarecerá os custos da construção. "Impossibilitados de adquirir um imóvel por lhes faltar financiamento, mais famílias terão de recorrer ao aluguel, elevando os preços dos aluguéis", completou.
Mauro Miranda lembrou que o Senado, que recentemente aprovou a inclusão da moradia como direito constitucional a todos os brasileiros, deve ser sensível ao anseio da população para ter imóvel próprio. Ele registrou que o Brasil tem atualmente um déficit habitacional de 5,5 milhões de unidades. "Há ainda um déficit social de outras 6,4 milhões de moradias em condições precárias, isso sem falar dos domicílios mal urbanizados e mal localizados", completou.
Caso seja atendido em seu pedido de que a Caixa Econômica volte a financiar imóveis para quem ganha mais de R$ 2 mil por mês, Mauro Miranda espera que a volta do crédito ora suspenso não implique aumento do juro dos financiamentos. "Se agir dessa forma, estará condenando milhares de famílias brasileiras a permanecerem na situação de sem-casa, porque o custo será altíssimo e insuportável para uma classe média que, perdendo continuamente seu poder aquisitivo, vem empobrecendo inegavelmente ao longo dos últimos tempos", encerrou.
01/10/2001
Agência Senado
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