MAURO PROPÕE REORDENAÇÃO DA OEA
Aos 50 anos, a Organização dos Estados Americanos (OEA) poderá ser instrumento da necessária ação continental conjunta em prol da superação das desigualdades que caracterizam as economias locais, propôs hoje (7) o senador Mauro Miranda (PMDB-GO). Para isso, a seu ver, o organismo deve ampliar seu campo de ação, criar novos mecanismos e áreas de trabalho e, "abrindo mão da retórica vazia de conteúdo, conseguir recuperar o ideal pan-americano de Bolívar, acoplando-o às exigências de cidadania e de desenvolvimento que caracterizam esse final de século".
Na opinião do senador, a instituição encontra-se em momento de definição, "sabendo não restar qualquer justificativa para sua existência nos princípios que nortearam sua criação e balizaram suas primeiras décadas".
Ao analisar a trajetória da OEA, ele questionou se, frente ao dinamismo das novas relações internacionais, uma organização criada sob o viés político-ideológico, de garantir a integral solidariedade dos Estados americanos ao intento dos Estados Unidos de impedir o avanço do bloco socialista na região, não estaria tão ultrapassada quanto a Guerra Fria que a inspirou.
Setores técnicos da estrutura funcional da OEA "podem e devem ter uma atuação mais expressiva", enfatizou, especialmente os órgãos voltados para a promoção da democracia, o desenvolvimento sustentado e meio ambiente, o controle do abuso de drogas, as telecomunicações, o comércio, o turismo, o desenvolvimento social e a educação, ciência e tecnologia.
Para se reordenar e readaptar-se, a OEA deverá, conforme o senador Mauro Miranda, enfrentar o desafio de garantir o financiamento de seu trabalho, questão crucial que também atinge a ONU, "passando pela clara definição de seu campo de atuação técnica e chegando até mesmo ao questionamento da sede fixa em Washington, tão próxima dos desígnios e interesses norte-americanos".07/04/1998
Agência Senado
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