Médicos e enfermeiros são instruídos para dar diagnóstico precoce de dengue



O diagnóstico precoce e o manejo adequado do paciente com dengue serão os focos de dois cursos de capacitação do Ministério da Saúde destinados a médicos e enfermeiros vinculados às operadoras de planos de saúde ou aos hospitais da rede credenciada.

A capacitação terá duração de um dia, e começa nesta quinta-feira (2), no Rio de Janeiro. A segunda etapa será no dia 9, em São Paulo, entre 9h e 18h. Ao todo, serão 120 vagas destinadas aos profissionais de saúde – 60 em cada capital.

Além do Rio e São Paulo, o curso será realizado também em Belo Horizonte, em data a ser definida e poderá ser estendido para outros estados.

Para o ministério, o principal objetivo da ação é evitar o agravamento do quadro clínico do paciente que procura os serviços de diagnóstico e tratamento da rede particular e, consequentemente, prevenir óbitos pela doença. 

Durante o curso, os participantes serão orientados a proceder de forma adequada diante de um caso suspeito, com base na classificação de risco da doença e assistência ao paciente, de acordo com as recomendações do Programa Nacional de Controle da Dengue (PNCD). 

Nos casos em que o paciente não apresenta sinais de gravidade, por exemplo, os cuidados são básicos e incluem a imediata hidratação oral, repouso e uso de analgésicos e antitérmicos. Quando adotadas oportunamente, medidas como essas podem evitar que o quadro do paciente se agrave e reduzir o risco de óbito. 

Nos casos em que o paciente apresenta sinais de agravamento, como dor abdominal intensa e contínua, vômitos persistentes ou desmaios, as recomendações variam desde manter o paciente em observação no serviço ou unidade de saúde até a internação em Unidade de Terapia Intensiva (UTI). 

A promoção do curso é da Secretaria de Vigilância em Saúde (SVS) e da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), órgão vinculado ao Ministério da Saúde responsável pela regulação do mercado de planos de saúde. 


Classificação de risco 

Existem quatro classificações ou grupos de risco de dengue para os quais os profissionais devem estar atentos. Pacientes que chegam aos serviços de saúde com sinais e sintomas clássicos da dengue, como febre, dores no corpo e na cabeça, além de prostração, mas sem sangramentos, são do grupo A. 

Neste caso, o atendimento é realizado em Unidades de Atenção Primária e o profissional de saúde deve prescrever a hidratação oral, repouso e uso de analgésicos e antitérmicos para tratar os sintomas da doença. Após o atendimento, o paciente pode voltar para casa, mas não antes de ser alertado quanto aos riscos da automedicação e orientado a não ingerir medicamentos a base de salicilatos e anti-inflamatórios, entre outros. 

No grupo B são incluídos pacientes que procuram atendimento no serviço de saúde com algum sinal de sangramento. Estes necessitam de atendimento em Unidades de Atenção Secundária de Saúde com suporte para manter a pessoa em observação. Nestes casos, a hidratação oral é feita com supervisão e acompanhada de uma avaliação médica. 

Caso o paciente chegue ao serviço de saúde com sinais de alarme, como dor abdominal intensa e contínua, vômitos persistentes e queda abrupta de plaquetas, ele se encaixa no grupo de risco C, que exige internação em uma Unidade de Atenção Terciária em Saúde. 

Finalmente, o grupo D inclui pacientes que chegam já com sinais de choque e devem ser encaminhados imediatamente para um leito de UTI. Alguns dos sinais apresentados neste estágio são a cionose (pontos roxo-azulados no corpo, que indicam falta de oxigênio no sangue) e pressão baixa.

“Deve-se destacar que, em situações de epidemia, independente da classificação de risco do paciente com dengue, todas as unidades, públicas ou privadas, devem estar aptas a acolher, classificar o risco, atender e, se necessário, encaminhar o paciente para o serviço de saúde compatível”, afirma o coordenador do PNCD, Giovanini Coelho. 


Fonte:
Ministério da Saúde

 

01/06/2011 12:49


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